Seis em cada cem famílias não conseguem pagar o empréstimo da casa. Eram ainda 145 766 no final de dezembro de 2003. Os dados do Banco de Portugal (BdP)mostram, no entanto, que o número de particulares com crédito vencido na habitação baixou ligeiramente. De acordo com a Central de Responsabilidades de Crédito, nos últimos três meses de 2013 houve menos 426 famílias a falhar o pagamento do seu crédito à habitação; eram 146 192 famílias no trimestre que terminou em setembro.
A explicar esta pequena redução poderá estar o fim da recessão na zona euro e também em Portugal, bem como o alívio que o final do ano trouxe: os níveis de desemprego recuaram e já houve uma ténue criação de emprego. Além disso, os níveis de confiança também melhoraram.
Estas pequenas melhorias poderão ter ajudado no pagamento deste compromisso, já que o crédito à habitação é, por norma, o último que as famílias deixam de pagar. E o recurso a este crédito continua a ser uma prática das famílias, tendo sido registado pelo BdP um total de 2,35 milhões de créditos à habitação, que no conjunto representam 110 mil milhões de euros.
Mas o panorama das dívidas à banca agrava-se quando se olha para o crédito ao consumo e outros fins. Os dados do Banco de Portugal revelam que, em dezembro, 16,6% das famílias estava em incumprimento para com a banca. Ou seja, quer isto dizer que dos 3,62 milhões de famílias com este tipo de crédito, 601 749 não o consegue pagar.
Estes números revelam um ligeiro aumento face ao trimestre anterior e um forte desagravamento face ao mesmo período do ano passado.
Ainda assim, no geral, o número de portugueses com prestações do crédito em atraso voltou a encolher no último trimestre do ano passado. No total, foram contabilizados 661 694 devedores em incumprimento, o valor mais baixo desde 2011. Isto é, 14,9% do total de empréstimos pedidos.
Da lista dos devedores saíram 1258 pessoas no último trimestre do ano passado, mas esta tendência de queda já se verifica desde o início do ano passado.
Também do lado do crédito malparado se sentiu algum alívio. Os dados do Banco de Portugal registaram uma redução para os valores mais baixos em cinco meses, com os incobráveis a totalizar 16,79 mil milhões de euros, ou 7,4% do total de financiamento atribuído pela banca.
No caso das famílias, as cobranças duvidosas caíram para 3,9% do total de financiamento concedido pelas instituições financeiras.
À medida que estas dificuldades parecem tornar-se menos frequentes, as famílias portuguesas também conseguiram aumentar as suas poupanças. Os depósitos de particulares e de administrações públicas aumentaram, em ambos os casos, 1,6 mil milhões de euros.
O mesmo aconteceu com os depósitos das empresas que, em 2013, totalizaram 225,6 mil milhões de euros, mais 2,6 mil milhões do que no final de 2012, de acordo com os números do Banco de Portugal.
Fonte: Dinheiro Vivo
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