Os encargos mensais dos empréstimos à habitação que são revistos em Maio sofrem agravamentos entre 0,5% e 1,2%.
As famílias que revirem a taxa de juro dos empréstimos da casa no próximo mês vão passar a pagar uma prestação mais alta. A subida será transversal à generalidade das famílias, já que abrange os contratos associados aos três principais indexantes - as Euribor a três, seis e 12 meses - que vêem assim os encargos mensais com a casa aumentar para o nível mais elevado desde 2012. Contudo, a subida será ligeira em termos proporcionais, oscilando entre um agravamento de 0,5% nos empréstimos associados à Euribor a três meses até 1,2% para o caso dos créditos indexados à Euribor a seis meses. Já nos empréstimos que utilizam como referência a taxa a 12 meses, o aumento é de 1%.
Assumindo o cenário de um empréstimo de 100 mil euros por um prazo de 30 anos e um ‘spread' de 1%, nos créditos indexados à Euribor a três meses os encargos mensais sobem a partir de Maio 1,65 euros, para 336,88 euros. Para estas famílias, trata-se da quinta revisão consecutiva em que a prestação da casa fica mais cara. Já nos contratos com Euribor a seis meses, partindo do mesmo cenário, a prestação sobe 4,09 euros, para 341,68 euros. Seria necessário recuar até Outubro de 2011 para ver uma subida do valor da prestação mais acentuada para este grupo de famílias. Por sua vez, os agregados que têm como referência a Euribor a 12 meses sentem o primeiro agravamento de prestação dos últimos quatro anos. Neste cenário, a prestação aumenta quatro euros, para 349,99 euros.
As recentes subidas das taxas interbancárias têm sido explicada pelos analistas com a devolução por parte dos bancos europeus dos empréstimos de prazo alargado concedidos pelo BCE, o que diminui a liquidez em excesso no mercado, aumentando as taxas interbancárias. Os investidores aguardam agora se a entidade liderada por Mario Draghi tomará mais medidas extraordinárias em breve. A divulgação dos dados da inflação na quarta-feira poderá ser mesmo um indicador decisivo para o BCE decidir ou não actuar.
Independentemente dos próximos passos do BCE, o mercado parece não antever que os juros possam evoluir de forma muito desfavorável para quem tem crédito à habitação. Os contratos de Forward Rate Agreement (FRA) - que servem de orientação para a evolução da Euribor a três meses - vão nesse sentido. Para o final do ano indicam como referência os 0,295%, valor que fica aquém do nível a que a Euribor a três meses se encontra agora (0,327%). Só para o final do primeiro trimestre de 2016 sinalizam que o indexante ultrapasse os 0,5%. Caso tal se confirme, isto implicaria, face ao cenário considerado, um agravamento de 10 euros no valor da prestação que atingiria 346,56 euros nessa altura.
Fonte: Diário Económico
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