O último Market Pulse, esta semana divulgado pela JLL, referente ao comportamento do mercado imobiliário português no 1º semestre deste ano, mostra que o investimento imobiliário está efetivamente em rota de crescimento. Neste período, apenas estrangeiros investiram em ativos de rendimento, nomeadamente em retalho.
No período analisado, foi registado um total de 28 milhões de euros transacionados em ativos de rendimento em Portugal, volume investido apenas por investidores internacionais, que escolheram o retalho como setor de eleição, tendo captado 79% do volume de investimento.
Por seu lado, os escritórios concentraram 21% do investimento realizado, embora este peso diga respeito apenas a 1 edifício.
Pedro Lencastre, diretor geral da JLL, comenta que «desde meados do ano passado que se tem assistido a um crescente interesse por parte dos investidores estrangeiros em adquirir ativos imobiliários em Portugal. Este interesse é muito diversificado, quer na sua proveniência, quer no tipo de produto que é procurado. Os 28 milhões de euros de imobiliário de rendimento traduzem um valor ainda tímido face aos negócios de grande volume que estão em perspetiva, mas é natural que assim seja nos primeiros meses do ano».
O responsável acrescenta ainda que «o mercado imobiliário nacional está muito mais dinâmico e não é só no investimento. Também a procura de escritórios revelou sinais de recuperação neste trimestre e no retalho a nota é igualmente de maior otimismo. A recuperação dos indicadores económicos e as projeções positivas para a evolução da Economia têm sido determinantes para esta dinamização do mercado imobiliário. Agora que o programa de resgate financeiro está oficialmente terminado, esperamos que a estabilidade entretanto alcançada possa continuar a garantir uma performance de crescimento ao imobiliário».
O retalho tem, por isso, sido um dos alvos preferenciais dos investidores, nomeadamente lojas arrendadas a marcas conhecidas na Avenida da Liberdade ou no Chiado, que têm registado uma procura bastante ativa.
Exemplo disso foi a venda, por 6,6 milhões de euros, da Ermenegildo Zegna a um family office espanhol, no número 177 da Avenida da Liberdade, uma operação mediada pela JLL.
A procura por centros comerciais está também a reemergir, uma tendência visível no aumento das posições dos atuais proprietários, como a compra dos restantes 50% do CascaiShopping pelo Sierra Fund em 2013, ou operações semelhantes para o Albufeira Shopping e Continente de Portimão pelo Sierra Portugal Fund.
A procura residencial não fica de parte, nomeadamente de apartamentos turísticos e compra de edifícios para reabilitar, procura especialmente impulsionada pelos “golden visa”. Com todo o processo de redinamização do mercado de investimento, as yields inverteram a tendência dos últimos anos, iniciando um percurso de descida. Com exceção dos retail parks, todos os segmentos apresentaram, no 1º trimestre, yields mais baixas do que em igual período do ano passado, com as maiores descidas a ocorrerem nos escritórios do prime CBD (- 75 pontos base para os 7,25%) e nos centros comerciais e comércio de rua, ambos com descidas também de 75 pontos base para os 7,25% e os 6,75%, respetivamente.
Por seu lado, também os escritórios começam a mostrar a evolução positiva da conjuntura económica. Só no 1º trimestre do ano, foram absorvidos 17.258m2, um aumento de 42% face ao mesmo período no ano passado, sendo que 55% desta área é garantida pela entrada de novas empresas no mercado, ou por expansão de área, uma procura essencialmente dominada por espaços de pequena dimensão, com áreas médias arrendadas de 274m2.
Espera-se que 2013 – que registou a atividade de ocupação de escritórios mais baixa da década - tenha marcado o final do ciclo de queda iniciado em 2009.
Fonte: VI
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