A taxa de juro diretora acaba de atingir um mínimo historicamente baixo: 0,05%, uma medida que terá repercussões positivas para as contas dos milhares de famílias portuguesas com crédito à habitação indexado à Euribor.
Com esta descida, os portugueses podem esperar prestações mais leves durante os próximos anos. Mas, em contrapartida o valor médio das avaliações bancárias necessárias à concessão de crédito para a compra de casa começa agora a aumentar em Portugal.
O anúncio foi feito na passada quinta-feira, 4 de setembro, pelo líder do Banco Central Europeu, Mário Draghi, após a reunião do Conselho que decidiu baixar a taxa de juro diretora dos 0,15% para os 0,05% como medida de estímulo às economias europeias, permitindo assim aos bancos comprar o dinheiro mais barato.
Ora, esta descida irá impactar diretamente no cálculo das taxas Euribor, que são nada mais nada menos que as taxas de referência que se aplicam aos juros praticados nos empréstimos para a compra de casa em Portugal. E, tendo em conta o baixo valor do juro de referência, o mais baixo na história do BCE, mesmo que se verifiquem subidas nos próximos meses, a taxa Euribor continuará a manter-se em níveis bastante abaixo do máximo histórico atingido em 2008, tornando mais leve a prestação que mensalmente as famílias portuguesas pagam pelo empréstimo das suas casas. O cenário de subida parece ser pouco provável, com a maioria dos especialistas a admitir um cenário de baixas taxas de juro na zona euro até 2017.
Pelas contas do BCE, entre janeiro e a primeira semana de setembro de 2014 a média mensal da Euribor a 3 meses já caiu 34%, enquanto que no caso das taxas indexadas a seis meses a quebra foi de “apenas” 26%. Recuando mais atrás no tempo, se compararmos os valores fixados na semana passada com os máximos históricos de 2008 a queda é de mais de 96% nos prazos a três meses e de 94% no prazo a seis meses, os mais usados no crédito à habitação.
A contrabalançar este movimento de descida nos valores pagos pelos empréstimos, o valor médio praticado nas avaliações das casas – uma medida obrigatória para se aceder a financiamento pela hipoteca do imóvel – parece já ter invertido a tendência de queda, registando um aumento no mês de julho, em que se cifrou nos 1.019 €/m². Pelas contas do Instituto Nacional de Estatística (INE), este valor significa um crescimento de 1,3% em relação a junho e de 0,5% em comparação com o mesmo mês do ano passado.
De acordo com o INE, a avaliação bancária das casas aumentou em todas as regiões do país em relação a junho, com exceção da Região Autónoma da Madeira (onde recuou 0,9% para os 1.135 €/m²). Nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto o valor médio da avaliação bancária subiu para os 1.221 €/m² e para os 953 €/m², respetivamente, comparando com os 1.198 €/m² e os 941 €/m² apurados em junho. O maior aumento percentual verificou-se na região Norte, com um crescimento de 1,3% em relação ao mesmo mês de 2013, ao passo que a média nacional se ficou pelos 0,5%.
Fonte: Público
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