A alienação do património imobiliário é uma das prioridades da autarquia lisboeta para atingir os objetivos de autofinanciamento definidos para este ano.
Através da agência Invest Lisboa, a autarquia vai marcar presença pela primeira vez na Expo-Real, o maior evento mundial na área do investimento imobiliário e que vai decorrer de 6 a 8 de outubro na cidade alemã de Munique. Rui Coelho, diretor executivo da Invest Lisboa explicou que “o objetivo principal desta participação é chamar a atenção dos investidores internacionais para as vantagens e oportunidades de investimento existentes na cidade”.
Para tal, a agência é a dinamizadora de um stand coletivo onde os seus parceiros fundadores (Câmara de Lisboa, CCIP e AICEP) irão juntar-se a outras empresas e instituições de Lisboa (Pura Imagem, Sonae Turismo, Carvalho Ramillo Investment and Consulting, PLMJ Sociedade de Advogados, Baía do Tejo e um outro grupo privado), para que, em conjunto ganhem força para se promover internacionalmente, ganhando visibilidade. Com isto em vista, a promoção internacional da cidade passará também pela participação da Vereadora da Economia e Inovação de Lisboa, Graça Fonseca, num debate público organizado pela Expo-Real.
Na área imobiliária, “a Invest Lisboa procura ser um facilitador e colocar os potenciais investidores em contacto com os proprietários ou com quem está mandatado para negociar os imóveis”, explica Rui Coelho. Em todo o caso, garante que, ainda que a perceção seja a de “que o investimento tem aumentado face ao ano anterior e que há cada vez mais interesse por Lisboa por parte dos investidores internacionais”, “estamos muito longe de poder estar contentes pois continuamos a ter muitos imóveis degradados e devolutos no centro da cidade”.
Câmara quer arrecadar mais de 60 milhões em outubro
Entretanto, e uma vez lançado o novo portal “Cidade de Oportunidades”, a Câmara Municipal de Lisboa está a ultimar os preparativos para a realização das cinco hastas públicas agendadas para o mês de outubro. Caso se concretize o objetivo da autarquia, estas hastas deverão render aos seus cofres mais de 60 milhões de euros, conseguidos pela venda de um grande número de edifícios, terrenos para construção e aparta mentos, além do arrendamento de cinco espaços comerciais.
Englobando os ativos imobiliários “não estratégicos” para a atividade autárquica, o portal “está orientado para a divulgação e promoção de um conjunto de ações de alienação, arrendamento e valorização do património municipal”, disse à Lusa António Furtado, diretor do Departamento de Política de Solos e Valorização Patrimonial da CML e um dos responsáveis pelo projeto.
Os imóveis que serão leiloados em outubro podem ali ser consultados.
Agendada para as 10 horas do dia 2 de outubro, na primeira sessão serão leiloados cinco lotes de terreno cujos preços base totalizam os 28,8 milhões de euros, incluindo o ativo que pertente ao Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa, em Carnide. Na semana seguinte, a 8 de outubro, serão levados a hasta pública 14 prédios municipais pelos quais a autarquia quer arrecadar pelo menos 25.166.800 euros. Os preços base de licitação variam entre os 49.000 e os sete milhões de euros e, entre eles, inclui-se um edifício anteriormente detido pelo Banco Santander e que viria a ser adquirido pelo município em regime de permuta com o objetivo inicial de ali instalar serviços camarários.
A 10 de outubro, o objetivo é arrendar 15 espaços comerciais localizados maioritariamente nas zonas históricas, com um valor total base das rendas de 2.795 euros mensais.
No dia 16 o leilão será realizado ao abrigo do programa Reabilita Primeiro e Paga Depois, contemplando a alienação de 24 edifícios municipais que totalizam um valor base de pouco mais de três milhões de euros. Recorde-se que este é um programa criado pela Câmara em meados do ano passado e que consiste na venda de edifícios devolutos para fi ns de reabilitação, mas cujo pagamento pode ser feito até ao final do prazo previsto para a conclusão da obra.
A última destas sessões está marcada para 23 de outubro, quando se pretende arrecadar 2,8 milhões de euros, e na qual serão leiloadas 10 frações autónomas de um edifício na Rua Áurea, que se somam às outras 10 já arrematadas anteriormente. Todas as sessões arrancam às 10 da manhã.
E, poucas semanas após o seu lançamento o portal de Cidade de Oportunidades parece pois estar a cumprir o seu objetivo, com a autarquia a receber dezenas de e-mails de potenciais compradores que manifestam o seu interesse nos lotes a leilão, dos quais cerca de 20% são de nacionalidade estrangeira, informa José Barbosa.
Disponibilizando a versão inglesa a partir do início de setembro, a prazo o portal deverá também, contar com uma versão francesa e espanhola. Até porque o objetivo é que mesmo depois destes leilões continue a ser utilizado para apresentar os imóveis municipais que a CML quer vender, com informação acerca dos usos que lhes poderão ser dados.
Fonte: Público
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