27 outubro 2014

Apostar no imobiliário para criar riqueza e desenvplver o país


No passado dia 3 de outubro, na Assembleia de República, numa Audição realizada no âmbito da Comissão de Economia e Obras Públicas, tive a oportunidade de afirmar que a fileira da Construção e do Imobiliário é, reconhecidamente, essencial para alicerçar o crescimento económico e para a sustentabilidade da nossa economia. Esta é uma realidade da qual ninguém pode duvidar.


Globalmente estamos a falar de 18% do PIB e mais de metade do Investimento nacional, de 625.000 postos de trabalho, o que corresponde a 13,3% do emprego, de cerca de 20% das empresas existentes em Portugal, mas, mais do que isso, trata-se de um setor de atividade capaz de induzir o desenvolvimento nas mais variadas dimensões e que encerra múltiplas oportunidades, nos mais diversos domínios.

A poucos dias da apresentação do Orçamento do Estado para 2015, estas circunstâncias não podem permanecer esquecidas nas opções estratégicas em matéria orçamental. A prioridade ao crescimento económico, alavancado na captação de investimento é imprescindível. Refiro não só a vertente do investimento público, cujo aumento em 20% o Governo, assumiu como necessário perante Bruxelas, correspondendo, assim, às recomendações da Comissão e do FMI. Recordo que, para além dos fundos europeus previstos no novo Portugal 2020 que se está a iniciar, existem ainda cerca de 2,2 mil milhões de euros para executar do atual QREN, alocados a infraestruturas e projetos de proximidade, que têm obrigatoriamente de ser aplicados até finais de 2015.

Porém, recuperar um défice de investimento na economia que nos coloca em níveis vistos, pela última vez, na década de 50 é uma estratégia que tem de passar pela mobilização do investimento privado. Há bons exemplos que é imperativo consolidar. É o caso do Regime dos Residentes Não Habituais ou do Programa dos Vistos “Gold”, cujos efeitos devem ser alargados a todo o território, e dar confiança aos investidores nacionais e estrangeiros. Realço os números que divulgámos relativos aos “Vistos Gold” concedidos, com referência ao mês de setembro. O património imobiliário, foi capaz de captar 864 milhões de euros de investimento estrangeiro. 

Esta é uma realidade da qual não pode ser dissociada a Reabilitação Urbana, um mercado que representa 38 mil milhões de euros. É um vetor essencial para o País, pela capacidade de revitalizar os centros das nossas cidades, promover a indústria, o turismo e o comércio nacionais, mas que exige uma dinâmica à escala nacional.As empresas ajustaram-se, desenvolveram novas competências, especializaram-se e internacionalizaram-se. Dotaram-se de todas as condições para poder, corresponder aos novos paradigmas da sustentabilidade e da eficiência ambiental. O futuro tem de ser sinónimo de confiança. Sabemos que só com um crescimento do PIB acima de 2% é que existe sustentabilidade para o País, pelo que, repito, o próximo Orçamento do Estado é essencial para que se possa, em definitivo, ultrapassar um do piores momentos da nossa história coletiva.

Por Reis Campos, Presidente da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário
Fonte: VI

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