24 outubro 2014

Francising: Setor imobiliário a crescer


O setor imobiliário voltou a ser uma oportunidade e a adesão a uma rede de franchising é uma boa forma de entrar nesta área, com menos riscos. A recuperação sente-se desde o primeiro trimestre de 2013, mas o crescimento mais acentuado tem ocorrido este ano. As causas são o aumento do arrendamento e a retoma do crédito à habitação, mas o destaque vai para a compra por estrangeiros principalmente chineses e russos.

Apesar de ainda se fazerem notar os efeitos da crise, tem-se verificado um ajuste dos preços do imobiliário e um aumento de cidadãos não europeus que procuram os vistos de residência", afirma o diretor de expansão para Espanha e Portugal da Engel & Völkers. "Em primeiro lugar, os cidadãos chineses e russos que têm tido um contributo notável para o crescimento do mercado imobiliário português", adianta Ignácio Fiter.

A somar a estas nacionalidades, a Confederação da Construção e do Imobiliário de Língua Oficial Portuguesa (CIMLOP) veio dizer recentemente que "o Brasil surge já na quarta posição da lista dos cidadãos estrangeiros que mais investem no nosso imobiliário, representando 6% do total das transações feitas por estrangeiros, sendo expetável que esta percentagem venha a aumentar".

Também o diretor-geral da Decisões e Soluções, que alargou a sua atividade ao imobiliário há três anos, assegura que a rede "tem vindo a crescer muito significativamente no numero de vendas e no volume de negócios na área imobiliária, precisamente por aproveitar várias oportunidades que foram criadas no mercado nos últimos anos, nomeadamente os imóveis novos e usados da banca, que nos últimos dois anos ofereceram ao mercado excelentes oportunidades; os vistos dourados que levaram em cerca de um ano centenas de cidadãos estrangeiros a comprarem em Portugal imóveis de valor elevado, para adquirirem o visto de residência, envolvendo milhares de milhões de euros em negocio de vendas imobiliárias; bem como um aumento de investimento de cidadãos europeus que compram imóveis em Portugal, fruto de vários fatores, como benefícios fiscais, clima e condições de vida em Portugal, muito atrativas". 

Do lado do arrendamento, o administrador da Arrenda na Hora, diz-nos que "o arrendamento tem cada vez mais adeptos cm Portugal e isso está espelhado na média crescente de arrendamentos efetuados pelas lojas Arrenda na Hora, bem como na rapidez com que os mesmos se concretizam. Atualmente um imóvel para arrendamento devidamente classificado e promovido não fica mais de dois meses no nosso portal". Mas António Marques refere que neste setor o destaque vai para a "enorme evolução do mercado do arrendamento turístico que está obviamente em franca expansão pela crescente afluência de turistas ao nosso país. Para os proprietários é percecionado como uma boa alternativa ao arrendamento tradicional".

Redes em expansão 

A recuperação do mercado sente-se claramente na evolução e faturação das redes de franchising. "A rede Century 21 Portugal regista dados consistentes da recuperação do mercado imobiliário desde o segundo trimestre de 2013. As transações imobiliárias têm tido uma evolução positiva desde essa data, sendo que os dados oficiais divulgados pela Associação de Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) apontam para um crescimento superior a 20%. No caso da Century 21 Portugal, o crescimento acumulado em agosto atingiu os 33%", diz o administrador da rede no nosso país.

Também Beatriz Rubio, CEO da RE/MAX, salienta que "o melhor exemplo dessa mesma recuperação é o nosso crescimento acumulado de 41% em faturação. (...) Outro exemplo é o facto de termos assinado 24 novos contratos de franchising nos primeiros seis meses do ano". O bom momento do mercado sente-se também nas cadeias mais pequenas, como a Soluções Ideais (que tem dez agências e três promotores). "Sentimos a recuperação desde o primeiro trimestre do ano. No primeiro e segundo trimestres crescemos aproximadamente 30% no volume de vendas, comparativamente ao ano anterior , diz Rui Guedes, diretor-geral da marca. 

A rede francesa Optimhome, que chegou recentemente ao mercado português e que tem a particularidade de não ter lojas, sente igualmente a melhoria, como refere a diretora de desenvolvimento em Portugal, Helena Pedras: "o numero de comerciais tem aumentado de forma muito satisfatória e contamos com cerca de 80 profissionais atualmente espalhados pelo País". 

Lisboa, Porto e Algarve crescem mais

Os operadores estão também de acordo quando questionamos quais as zonas onde se regista o maior crescimento do mercado imobiliário: Lisboa, Porto e Algarve. 

As zonas de Lisboa, Algarve e Porto continuam a ser as primeiras onde a recuperação se faz sentir", afirma Helena Pedras, secundada pelo administrador da Arrenda na Hora ao salientar que "são claramente a grande Lisboa, o centro metropolitano do Porto, bem como o Algarve. Estas três áreas destacam-se na evolução não só do arrendamento tradicional, mas cada vez mais no mercado do arrendamento turístico".

Assim, não é por acaso que algumas redes querem reforçar as suas agências nestas regiões, como é o caso da Century 21: "A nossa aposta passa por um enfoque na expansão e abertura de novas unidades na cidade de Lisboa, Algarve grande Porto", informa Ricardo Sousa.

O administrador da rede adianta que a marca "aposta numa foret proximidade com os empresários da sua rede, para identificar as principais necessidades e tendências de mercado, o que nos permite inovar e desenvolver as soluções mais adequadas. Neste sentido, em 2014 temos duas apostas estrangeiras que estamos a explorar, o mercado internacional e mercado residencial não residencial".

O bom momento do mercado reflete-se também nos objetivos das redes a médio prazo, que passam, principalmente pela expansão. "Pretendemos continuar a nossa estratégia de expansão não só a nível de franchising mas também de recrutamento para as unidades que já temos em funcionamento", afirma Beatriz Rubio, enquanto Ignacio Fiter, da Engel & Völkers, diz que "nos próximos três anos, os nossos objetivos centram-se em desenvolver a rede para cerca de 15 a 20 lojas repartidas por todo o País, de forma a fazer face à crescente procura que temos". 

A Soluções Ideais, cuja rede se concentra na região centro do País, aposta agora na expansão para "grande Lisboa e Porto", adianta Rui Guedes. enquanto Helena Pedras refere que os objetivos passam pela "expansão por todo o território nacional, pois não privilegiamos os grandes centros populacionais. Como não temos necessidade de abrir lojas, onde houver transações imobiliárias podemos com maior facilidade ter um angariador Optimhome".

Já Paulo Abrantes, da Decisões & Soluções, revela que a cadeia "está a apostar bastante num novo projeto lançado este ano, que tem a ver com a construção de imóveis, a nível particular e empresarial, especialmente na construção de moradias de qualidade superior, de arquitetura moderna, com um processo de construção inovador e a preços muito atrativos, conciliados com financiamento a 100% e taxas de juro baixas". Mas o diretor-geral da rede salienta que "evidentemente que a mediação imobiliária vai continuar a ter um peso muito importante na faturação das nossas agências, bem como a mediação de obras e a consultoria financeira, pelo que são também áreas de grande importância". 

O franchising como boa aposta 

Respondendo se esta é uma boa altura para aderir a uma rede de franchising desta área, António Marques, da Arrenda na Hora, considera que "será sempre uma boa altura para aderir a uma marca de franchising do imobiliário, até porque os mercados imobiliário, a par do financeiro, sempre foram, e serão, um grande pilar da nossa sociedade. Em todo o caso, como em qualquer setor, deverá ser sempre analisado o fator 'diferenciação', porque é esse que me vai destacar da minha concorrência e ditar o meu sucesso". 

Também o diretor-geral da Soluções Ideais, Rui Guedes, defende que "para quem pretende iniciar-se neste ramo é sempre uma boa altura para aderir a urna marca de franchising que tenha conhecimento e experiência comprovada". 

Uma opinião corroborada pela CEO da RE/MAX, que afirma que "é uma boa altura para aderir principalmente se escolherem uma marca que proporciona as ferramentas necessárias para iniciar esta atividade”. E Beatriz Rubio destaca: "no caso da RE/MAX, as principais vantagens que um potencial franchisado irá encontrar são, para além, da própria retoma do mercado imobiliário, o know-how, o marketing, a formação e a tecnologia. Para além disso apostamos num acompanhamento regular aos nossos franchisados de forma a apoia-los em todas as fases do seu negócio". 

Por seu lado, Paulo Abrantes, diretor-geral da Decisões & Soluções (cuja rede tem varias áreas de negócio) considera que "nos dias que correm, apostar num conceito de franchising assente apenas na mediação imobiliária, parece-nos muito redutor, o que pode dificultar a obtenção de bons resultados no curto e médio prazo, pois os clientes estão cada vez exigentes, procurando um aconselhamento mais completo, global e personalizado". 

Enquanto Ricardo Sousa, da Century 21 alerta que a cisão de adesão a uma rede deve-se basear na vontade e na capacidade para gerir urna empresa de mediação imobiliária" e adianta: "sendo urna empresa de serviços os principais fatores críticos de sucesso serão a qualidade, a dimensão da equipa comercial e a capacidade de constituir uma carteira de proprietários motivados para vender os seus imóveis".

Também o diretor de expansão para Espanha e Portugal da Engel & Völkers, Ignacio Fiter, avisa que quem começa um novo negócio nesta área tem de ter atenção à "existência de um mercado competitivo, ao mercado de oferta imobiliária e à necessidade de ajuste de preços.


Fonte: Revista Negócios & Franchising

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