02 outubro 2014

Mercado de escritórios da Europa Ocidental revela procura mais elevada desde a crise financeira


Lisboa está entre as cidades que registam uma considerável melhoria dos níveis de absorção trimestrais, a par de Milão, Londres e Paris.
Segundo o mais recente estudo da consultora imobiliária global CBRE, a procura de espaços de escritórios na Europa Ocidental atingiu o nível mais elevado desde a crise financeira. Lisboa destaca-se neste panorama como sendo uma das cidades que mais contribuiu para este crescimento.

Os ocupantes de imobiliário corporate estão a regressar ao mercado com novos requisitos para os espaços de escritórios, com a procura no segundo trimestre de 2014 a recuperar 21% face ao primeiro trimestre, representando o maior nível de absorção do mercado de escritórios na Europa Ocidental num segundo trimestre desde a recessão económica. Um elemento central foi a forte atividade em Lisboa e Milão, com Londres a manter a posição dominante enquanto destino popular para ocupantes corporate, com uma subida de 29% dos níveis trimestrais de absorção. Durante o segundo trimestre, os níveis de absorção em Milão mais do que duplicaram para 94.000 metros quadrados. Paralelamente, o mercado de escritórios de Paris, que esteve em baixa durante o período de recessão, com os ocupantes sem confiança suficiente para deslocalizações, registou o nível de absorção de escritórios mais alto no segundo trimestre dos últimos dois anos, o que representa uma subida de 28% face ao primeiro trimestre. Na Europa em termos totais, a absorção bruta subiu 12,2%, por comparação ao primeiro trimestre do ano. 

Em comunicado de imprensa, a CBRE informa que em Lisboa, no primeiro semestre de 2014 foram ocupados 41.020 m² de espaços de escritórios evidenciando um aumento de 58% relativamente ao período homólogo. A absorção do semestre reflete um total de 117 negócios, mais 38% que no mesmo período do ano passado. A zona do Saldanha – Avenidas Novas registou o negócio de maior dimensão do semestre, com cerca de 4.000 m², e a maior quota de área ocupada no período, com 31% do total da absorção, seguido do Parque das Nações com 27%. 

No segundo trimestre a taxa bruta de disponibilidade do mercado de escritórios da Europa Ocidental caiu, com a zona central de Londres a registar o terceiro decréscimo trimestral consecutivo das taxas de disponibilidade, com os espaços prime a apresentarem agora uma oferta muito limitada. Da mesma forma, o acréscimo da procura de espaços de escritórios em Bruxelas, Paris e Amesterdão também contribuiu para decréscimos dos níveis de disponibilidade. Frankfurt registou a queda mais assinalável, com a disponibilidade a cair acentuadamente pelo segundo trimestre consecutivo, devido à remoção de espaços obsoletos e à reconversão de edifícios comerciais antigos em unidades residenciais. Apesar disso, no segundo trimestre, a taxa de disponibilidade global manteve-se nivelada na Europa, desvirtuada por um grande volume de espaços de escritórios concluídos em mercados core da Europa Central e de Leste que estão ainda por ocupar. A título de exemplo, uma larga percentagem do stock de escritórios, que deverá crescer um mínimo de 10% em Praga, Varsóvia, Moscovo e São Petersburgo nos próximos 18 meses, está a ser construída numa base especulativa. 

O impacto do decréscimo das taxas de disponibilidade do mercado de escritórios, em particular na Europa Ocidental, deverá exercer uma pressão ascendente nas rendas prime a longo prazo. Madrid, por exemplo, registou uma subida das rendas prime de 24,50 euros por metro quadrado por mês para 24,75 euros por metro quadrado por mês durante o segundo trimestre, representando o primeiro aumento das rendas desde a recessão e um sinal de melhoria da estabilidade económica. Os mercados de escritórios com melhor desempenho continuam a registar as subidas mais acentuadas nas rendas prime. No segundo trimestre, Dublin registou uma substancial subida das rendas de 14,2%, para 430,50 euros por metro quadrado por ano, em parte impulsionada por uma forte procura por parte de ocupantes dos setores de Tecnologia, Meios de Comunicação e Telecomunicações. O mercado do West End de Londres registou um aumento de 2,4% no crescimento das rendas no mesmo período. 

Segundo Tim Hamilton, Senior Director do Departamento de Global Corporate Services da região EMEA da CBRE, “Verificamos um maior interesse das empresas em arrendar ou adquirir espaços, em particular na Europa Ocidental, o que é animador. Significa que os ocupantes corporate que nos últimos anos foram travados por restrições orçamentais e estratégias rígidas de gestão de custos, daí resultando uma contração dos níveis de absorção, se encontram agora em posição para expandir e ocupar novos espaços. Com o maior dinamismo dos mercados, o crescimento das rendas de escritórios prime deverá tornar-se mais generalizado ao longo dos próximos 12 meses, especialmente tendo em conta a oferta limitada e um pipeline de promoção de escritórios relativamente escasso. Após vários anos a tirar partido das rendas em queda, os ocupantes terão de começar a ponderar potenciais aumentos de rendas futuros nas suas tomadas de decisão estratégicas”.

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