27 novembro 2014

Franceses e espanhóis estão a procurar mais imóveis em Portalegre


O mercado nacional continua a ser dominante no distrito de Portalegre, mas a procura de imóveis por parte de estrangeiros tem vindo a aumentar, especialmente desde o verão.
Os principais compradores são os franceses e os espanhóis, embora por razões distintas, conforme explica Rui Ramalhete, gerente da Medilegre, mediadora que trabalha o distrito de Portalegre. No caso dos franceses, “procuram bastante habitação associada a quintas, para se instalarem em Portugal com residência fixa”, esclarece, adiantando que “desde julho, sentimos um aumento de procura bastante expressivo por parte dos compradores desta nacionalidade”.

Já os espanhóis, “procuram sobretudo imóveis associados à atividade agrícola” e também neste caso a procura registou um aumento desde o meio do ano, embora os compradores do outro lado da fronteira sejam um público “regular” do mercado imobiliário do distrito de Portalegre, diz Rui Ramalhete.

Essa é também a opinião de Carlos Nunes, Responsável de Vendas – Retalho Sul do Millennium bcp, Banco que tem em curso uma campanha de venda de imóveis neste distrito. “É habitual haver compradores de imóveis neste distrito vindos do outro lado da fronteira”, refere, acrescentando que, “ainda assim, a larga maioria dos compradores dos nossos imóveis são residentes no distrito”. Mas este responsável nota ainda que “também os residentes da zona de Lisboa procuram esta zona como refúgio do stress da cidade”.

Para Carla Nunes, diretora da agência Remax Portalegre, que também trabalha todo o distrito, “tem-se notado um aumento de procura de segunda habitação por parte dos portugueses”, mas “mais para investimento”, considera, acrescentando que os concelhos de Marvão ou Castelo de Vide são mais expressivos neste mercado. No que se refere aos estrangeiros, a profissional sublinha que “sempre tivemos alguma procura”, embora, na sua opinião, não se tenha notado um crescimento.

Ainda no mercado doméstico para segunda habitação, Rui Ramalhete comenta ao Público Imobiliário que de facto se nota um foco na “compra para investimento”, mas acrescenta que os portugueses de fora da região têm vindo também a procurar imóveis para “se fixarem no interior, sobretudo associados a projetos agrícolas”.

Mercado mais dinâmico na habitação aumenta vendas 

No mercado habitacional, a nota tem sido de um aumento da procura este ano, um acréscimo que Rui Ramalhete classifica mesmo de “bastante maior”. As vendas começam já refletir esse maior dinamismo, com este profissional a antecipar um crescimento de 35% para o total do ano face ao ano passado na Medilegre. Na Remax Portalegre, as expetativas também são muito positivas. “O ano passado já terminámos a crescer e este ano continuamos a crescer 41% em volume de negócios e 29% em número de transações”, diz Carla Nunes, diretora desta agência.

Também Carlos Nunes, do Millennium bcp, está otimista em relação aos resultados das vendas geradas na campanha “Mês das Oportunidades” que está atualmente a decorrer neste distrito. De acordo com este responsável, no distrito de Portalegre “estão vendidos 19% dos imóveis” abrangidos nesta ação, mas Carlos Nunes espera “até ao fecho da campanha subir este valor”.

Rui Ramalhete confirma estas boas perspetivas, avançando que “dos imóveis em campanha no Mês das Oportunidades que nos foram confiados para comercialização já vendemos mais de 30%”, frisando que se trata de uma iniciativa vantajosa quer para quem compra quer também para as imobiliárias envolvidas, porque “garantem a realização de negócios que de outra forma seria impensável”.

Também para Carla Nunes, “apesar do mercado estar a mexer mais”, é sempre “bom o abanão que estas campanhas trazem, pois todas as pessoas querem uma boa oportunidade e aqui podem aproveitá-la”. 

A ação promovida pelo Banco termina no final desta semana, a 30 de novembro, e consiste na disponibilização para venda de um conjunto de imóveis a preços promocionais, um valor que poderá ainda ser alvo de um desconto adicional de 5% caso os imóveis adquiridos durante o período que vigora a campanha sejam escriturados até final de dezembro. 

O Mês das Oportunidades decorre atualmente em quatro regiões do país, abrangendo vários distritos entre os quais o de Portalegre, no qual estão em campanha 46 imóveis num valor global de 7,5 milhões de euros. Conforme avançou Carlos Nunes, a maioria destes imóveis é para habitação, mas estão também em comercialização alguns ativos não residenciais, como é o caso de um edifício para serviços com uma área de 4.531 m2, unidades comerciais e escritórios, bem como alguns terrenos de uso agrícola. Os concelhos de Alter do Chão, Arronches, Avis, Campo Maior, Castelo de Vide, Crato, Elvas, Fronteiro, Gavião, Nisa, Ponte de Sôr, Portalegre e Sousel estão representados nesta oferta.

Preços com tendência de estabilização

Os preços de imobiliário no distrito de Portalegre estão, de acordo com os profissionais imobiliários contactados, a exibir uma tendência de estabilização, especialmente no segmento habitacional. “Desde início de 2013 que temos vindo a sentir uma estagnação dos preços”, refere Rui Ramalhete, da Medilegre, acrescentando que esta tendência sucedeu a um período de descida. Também Carla Nunes, da Remax Portalegre, nota que “no distrito de Portalegre, o valor dos imóveis começa a estabilizar um pouco mais, embora ainda com uma ligeira queda”. A Confidencial Imobiliário situa essa queda em cerca de 3% no concelho de Portalegre, uma descida apurada para o 2º trimestre de 2014 na comparação com o mesmo período do ano anterior.

Já no imobiliário não residencial, Rui Ramalhete considera que “os preços continuam em queda devido à fraca procura, quer para arrendamento quer para aquisição”, notando que este é um mercado “em baixa”. Para Carla Nunes, contudo, este mercado não residencial registou também pequeno acréscimo de procura, embora não tão notória como na habitação, razão pela qual defende que possivelmente a curto-prazo isso terá uma influência positiva nos preços.

Fonte: Público Imobiliário

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