06 janeiro 2015

715M€ investidos no imobiliário comercial português


Segundo a JLL, o investimento em imobiliário comercial em Portugal terá atingido os 715 milhões de euros em 2014. O director geral desta consultora, Pedro Lancastre, prevê mesmo que 2015 poderá ser um ano recorde em termos de investimento.
O investimento em imobiliário comercial em Portugal terá atingido os 715 milhões de euros em 2014, de acordo com as previsões apontadas pela consultora imobiliária JLL no seu mais recente Market Pulse, relatório que apresenta os dados preliminares da performance do mercado imobiliário português no 4º trimestre de 2014.

Este volume representa um crescimento de 130% face ao investimento concretizado em 2013 (312 milhões de euros) e equipara-se aos níveis registados em 2008 e 2010, de respectivamente 704 milhões de euros e 760 milhões de euros.

Nos mercados de ocupação o ano foi também de acentuada retoma de acordo com a JLL, que estima um crescimento da absorção de escritórios entre os 30% e os 40% e a entrada de um total de mais de 30 novas lojas nas principais zonas de comércio de rua em Lisboa.

Para o director geral da JLL Portugal, Pedro Lancastre, “o volume de investimento no total de 2014 de 715 milhões de euros confirma uma retoma plena do mercado imobiliário nacional e da sua projecção internacional, já que a quase totalidade deste volume foi transaccionado por investidores estrangeiros. 2015 terá tudo para dar sequência a este crescimento e poderá ser mesmo um ano recorde em termos de investimento, tendo em conta algumas operações de grande dimensão que estão a ser negociadas e que não foram concretizadas em 2014. Os preços competitivos aliados a rentabilidades elevadas e às perspectivas de melhoria das condições económicas vão continuar a estar na base da aposta que os investidores fazem em Portugal. Contudo, já começa a assistir-se a alguma escassez do lado da oferta em termos de adequação aos requisitos da procura, pelo que a “pequena” dimensão do nosso mercado poderá limitar uma retoma que poderia ser ainda mais expressiva”.

Quanto aos mercados de ocupação, Pedro Lancastre comenta que “o ano de 2014 foi a confirmação da inversão do ciclo de queda nos escritórios e consolidou o percurso de crescimento do comércio de rua, com muita procura por parte de lojistas e consumidores. Quer para os escritórios quer para o retalho, as expectativas são optimistas, prevendo-se que a tendência de crescimento tenha vindo para ficar”.

No segmento de investimento imobiliário (o qual considera apenas imóveis de rendimento), a JLL destaca que 86% do volume investido ao longo do ano é de origem estrangeira, com investidores oriundos de várias partes do globo, incluindo China, EUA, Reino Unido, Brasil, Espanha e também Rússia. Os chineses estão entre os mais dinâmicos, que para além do sector residencial e reabilitação (fora do volume registado), compram também edifícios de escritórios com rendimento e bem localizados, alguns do quais com necessidade de obras de modernização. Confirmando a diversidade que se sente no mercado, também as classes de investidores é variada, com players que vão desde os investidores privados e Family Offices aos fundos institucionais. Os primeiros investem tipicamente volumes mais reduzidos, pelo que apresentaram uma quota de 17% enquanto os segundos, com tickets muito mais elevados, representaram uma quota de 75% do volume total investido.

Em 2014 foram investidos cerca de 715 milhões e euros em imobiliário comercial, com algumas operações de relevo a voltarem a ter lugar no mercado. Entre estas, destacam-se cinco negócios, dos quais os seguintes três foram assessorados pela JLL: um portefólio de imóveis, maioritariamente de logística e retalho, detido pela ESAF; os edifícios da EDP situados no Marquês de Pombal, adquiridos por um fundo institucional americano; e um portefólio de supermercados Pingo Doce adquiridos por um fundo francês.

As outras duas transacções de relevo concretizadas em 2014 incluem a venda do outlet Freeport e do centro comercial Alegro Alfragide. O retalho foi, à semelhança do que é o histórico tradicional do mercado português, a principal classe de investimento, com 58% do volume transaccionado no ano, seguindo-se os escritórios, com 26%, e o imobiliário industrial e de logística, com um peso de 15%. Face a este cenário de uma procura dinâmica, as yields registaram uma descida acentuada ao longo do ano de forma generalizada, com contrações que chegam a atingir os 175 pontos base desde o pico registado durante 2013. A prime yield dos escritórios no Prime CBD é agora de 6,5%, enquanto no comércio de rua de Lisboa atingiu os 6,0%, o que compara com 7,75% e 7,0% no final de 2013. Nos centros comerciais e retail parks as yields encontram-se nos 6,5% e nos 7,75%, respectivamente e no sector de logística a taxa de rentabilidade prime está também nos 7,75%.

Fonte: Magazine Imobiliário

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