09 janeiro 2015

Kendall & Associados tem carteira superior a 100 mil m2 na Baixa do Porto


A reabilitação do centro das cidades carece da adopção de novos instrumentos, já que, segundo José Luís Kendall, da Kendall & Associados, “os instrumentos já previstos para incentivar a reabilitação não são postos em prática”. Um destes novos instrumentos poderia ser a “obrigatoriedade dos proprietários de imóveis devolutos arranjarem as fachadas e coberturas”, defende José Luís Kendall. Aquela medida contribuiria não apenas para melhorar os índices de “segurança e estética, o que beneficia o turismo”, mas também porque“contribui para dinamizar o sector da construção, sobretudo empresas de menor dimensão”.

Porém, aquele operador adianta que, desta forma, seria possível “baixar os preços dos imóveis, pois quem não queira ou possa gastar dinheiro a fazer obras teria que vender os prédios” e, assim, “aumentar a oferta disponível”. 

A Kendall & Associados (K&A), que actua no segmento alto de mercado, detém um portefólio em comercialização no centro do Porto superior a 100 mil m2. E o turismo constitui hoje um dos principais segmentos na actividade da Baixa do Porto. “Vendemos nove edifícios para turismo, desde hotéis de charme a cinco, quatro e três estrelas, hostéis e low-cost”. Ou seja, resume, verifica-se “uma procura transversal a todos os segmentos da hotelaria”.

Equilíbrio nos preços

No segmento residencial, José Luís Kendall refere que “há muita procura para tipologias pequenas, entre T0 e T1”, e “temos espaço para construir mais”, quer no “arrendamento permanente, tanto como outras formas de oferta turística”. No entanto, alerta para o equilíbrio dos preços: “já vi preços de 2.500 euros/m2 e parece-me excessivo. Quem vai para a Baixa não está à partida neste segmento”, refere.

No caso da K&A, que fixou “um valor para trabalhar em imóveis a partir de 500 mil euros”, existem oportunidades para “o trading de imóveis que se aproximem deste valor, para apartamentos e hotéis”.

E se “existem investidores meramente especuladores” cuja intervenção é “positiva”, pois “conseguem resolver questões com inquilinos, fazer pequenas obras ou colocar algum projecto que acresce valor ao imóvel”, por outro lado, “terá que haver cuidado na compra para que depois a reabilitação não vá para valores incomportáveis”, afirmou José Luís Kendall. Já a área dos escritórios “foi a última a sair e creio que será a última a regressar”, conclui.

Diversificação é estratégia

A K&A actua sobretudo no segmento residencial, com enfoque no Porto, especialmente nas zonas da Foz, Boavista e Campo Alegre. José Luís Kendall refere “o facto pouco habitual de o segmento alto não ter saído incólume; tínhamos sempre em carteira alguns clientes para moradias acima dos dois milhões de euros até cinco milhões de euros mas, hoje em dia, dificilmente se vende uma moradia acima dos 1,8 a 2 milhões de euros”, constatou.

A empresa tem desenvolvido uma estratégia de diversificação geográfica. Na área do lazer, aposta sobretudo no Douro, especialmente em “grandes propriedades, concentradas em quintas com produção de vinho e respectivas marcas”. Já na zona do Alto Minho, na faixa entre Afife, Moledo e Caminha, o foco é o segmento da segunda habitação. No Algarve e Lisboa, a K&A aponta ao segmento ‘resorts’, e está para breve a abertura de escritórios no Triângulo Dourado e em Estoril/Cascais/Lisboa.
Fonte: Público

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