13 março 2015

Portugal é dos mais dependentes de taxas variáveis


Só na Polónia há maior peso das taxas variáveis no crédito à habitação do que em Portugal. Com a queda dos juros, os bancos estão a esticar os prazos das Euribor. Tem um empréstimo à habitação? O mais certo é que esse financiamento esteja indexado a uma taxa de juro de curto prazo, nomeadamente a Euribor. É isso que acontece com a quase totalidade dos créditos contraídos, o que coloca Portugal no "top" dos países da Europa mais dependentes das taxas variáveis.


"A 31 de dezembro de 2013, 51,1% dos contratos de crédito à habitação a taxa variável tinham como indexante a Euribor a seis meses" e a "Euribor a três meses era o indexante de 42,9%" dos empréstimos destinados à compra de casa própria, refere o Banco de Portugal, no último Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho.

Mas além destas duas taxas, há ainda mais empréstimos indexados a taxas variáveis, elevando o total de créditos com estes juros para 96,3% do total. É, entre os países da Zona Euro, aquele em que se regista uma maior preponderância deste tipo de taxa, que durante os últimos anos tem sido privilegiada pelas instituições financeiras no crédito. E entre os países europeus, Portugal fica no "top", só superado pela Polónia (100%).

Com um nível tão expressivo de créditos com taxas variáveis como o de Portugal só a Irlanda: 94,5%, de acordo com os dados do terceiro trimestre da European Mortgage Federation. Em Espanha, 61,6% dos créditos dependem da Euribor (a 12 meses). Já em Itália reinam as taxas fixas.

Bancos esticam prazos

Esta dependência das taxas variáveis tem permitido aos portugueses beneficiarem de juros mínimos históricos. Contudo, perante a queda abrupta das taxas, e na iminência de estas passarem para negativo, os bancos têm vindo a ajustar a sua oferta. O Santander Totta permitia até ao último trimestre de 2014 que os créditos tivessem como indexante a Euribor a seis e a 12 meses, mas agora só permite a de 12 meses. O Banco Popular que permitia taxas a um e três meses, agora só concede crédito com Euribor a seis e 12 meses.

Fonte: Negócios

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