"Os montantes geridos pelos Fundos de Investimento Imobiliário (FII) em Portugal caíram 7,3%% em 2014, atingindo €11.397 milhões. Foi uma queda próxima dos mil milhões de euros em apenas um ano." A análise dos dados publicados pela CMVM - Comissão dos Mercados de Valores Mobiliários permitiu à consultora B.Prime concluir, na 5ª edição do seu estudo anual Prime Watch, que a necessidade de maior atividade vendedora, aliada a desvalorizações, levou a que o valor dos ativos em carteira caísse em 2014.
"A queda observada nos montantes geridos deveu-se a um efeito combinado quase idêntico entre venda de ativos e desvalorização das carteiras. Algumas vendas poderão eventualmente ter sido realizadas com menos-valias, além da obrigatoriedade de avaliações periódicas (de dois em dois anos) que poderá ter levado ao registo de menos-valias potenciais. Ambos terão contribuído para a queda dos valores sob gestão", destaca-se no estudo anual da consultora imobiliária divulgado recentemente.
Incluindo nas suas carteiras imóveis construídos, imóveis em construção, terrenos e participações sociais em empresas imobiliárias, o FII é um produto financeiro alternativo à aplicação das poupanças dos investidores nos depósitos bancários e ao investimento direto no mercado de capitais.
Interfundos no top
No top das maiores sociedades gestoras de fundos em Portugal está a Interfundos (do grupo BCP) que, mesmo tendo observado uma queda de 4,4% nos montantes geridos, conseguiu uma quota de 13,3%.
A Fundger (da Caixa Geral de Depósitos) mantém também a 2ª posição no ranking das maiores gestoras com uma quota de 11,6% e mais de €1,3 mil milhões de montantes sob gestão. O top 3 fecha com a Montepio Valor com uma quota de mercado de 8,1%. "De referir que o conjunto das três maiores gestoras do mercado, por si só, observaram uma queda nos montantes geridos de 380 milhões de euros", destaca-se no estudo.
Durante o ano de 2014, a ESAF, sociedade gestora que pertencia ao Banco Espírito Santo (que passou a denominar-se GNB), registou uma quebra de 26,5% nos montantes geridos devido à venda de um portefólio por cerca de 200 milhões de euros, tendo sido ultrapassada pela NORFIN e pela Square, ambas sociedades independentes e que ainda fazem parte do top 5.
Recorde-se ainda que a operação protagonizada pela ESAF foi considerada a maior transação de investimento imobiliário do ano passado e refere-se à comercialização de um portefólio composto por ativos logísticos na Azambuja e de diversos ativos comerciais. A venda destes ativos foi feita à Blackstone.
Ainda no ranking das sociedades gestoras de maior dimensão, é ainda de assinalar a subida de 17% nos montantes geridos por parte da Selecta (do grupo Mello), bem como de outras duas sociedades de menor dimensão (GEF e MNF) com subidas de 40.3% e 65,5%, respetivamente.
Fonte: Expresso
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