06 maio 2015

Descida da prestação da casa ainda não reflecte Euribor negativa


Os contratos de crédito revistos em Maio beneficiam de quedas de encargos entre 0,8% e 5,7%. Todos os portugueses com crédito à habitação que virem a taxa de juro dos empréstimos revista em Maio vão sentir um novo alívio de encargos. Mas a tão aguardada quebra da Euribor a três meses para terreno negativo ainda não se vai reflectir nos contratos de crédito revistos nesse mês.


As cinco sessões consecutivas em que a Euribor a três meses segue no vermelho são insuficientes para que a média mensal que serve de base para o cálculo da taxa de juro dos créditos associados a esse indexante seja negativa, o que adia em um mês esse cenário.


Desta forma, tendo em conta que ainda faltam três dias até ao fim do mês e partindo do exemplo de um crédito de 100 mil euros com um prazo de 30 anos e um ‘spread' de 1%, os encargos devem baixar entre 0,8% e 5,7% nas revisões de Maio. Os empréstimos indexados à Euribor a três meses são os que sentem a menor quebra. No cenário considerado, o valor da prestação reduz-se em 2,6 euros, passando para os 321,9 euros. Quem tiver como indexante a Euribor a seis meses vai beneficiar de uma quebra de cinco euros (-1,5%) nos encargos que passam a situar-se em 325,1 euros. Já os empréstimos associados à Euribor a 12 meses - que abrangem um parcela muito reduzida dos contratos de crédito à habitação - são os que sentem o maior impacto de descida. Para esses contratos os encargos diminuem 20 euros (-5,7%) face ao valor fixado há um ano, com o valor da prestação a situar-se nos 330,1 euros.

Na segunda-feira da semana passada, a Euribor a três meses fixou-se em -0,002%, o que corresponde ao mínimo de sempre estabelecido a 23 de Abril. Tendo em conta a expectativa do mercado relativamente à evolução das taxas Euribor, é de antecipar que o movimento descendente se prolongue durante algum tempo. Com base no comportamento dos contratos de Forward Rate Agreement (FRA), tudo indica que a Euribor a três meses se mantenha em terreno negativo até Setembro de 2016, o que a confirmar-se irá beneficiar as famílias que até essa altura sejam alvo de revisões dos encargos do crédito da casa. Nesses casos, a taxa de juro associada aos empréstimos assumirá um valor inferior ao ‘spread' associado ao contrato de crédito à habitação. Ou seja, isso irá significar que os bancos vão perder parte da margem de lucro associada aos créditos durante o período em que os juros se mantiverem negativos.

Fonte: Económico

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