21 maio 2015

Empreendimentos turísticos crescem como cogumelos


Os últimos 10 anos foram de explosão na indústria do alojamento turístico. Um estudo da Deloitte refere que foram construídos 772 novos empreendimentos e para este ano estão previstos mais 53. O grupo Pestana tem a liderança em termos de unidades de alojamento, tendo triplicado o seu número no período em análise.


A Região do Algarve continua a concentrar o maior número de empreendimentos turísticos do país (25%) e também de unidades de alojamento (33%), onde a taxa de ocupação média em 2014 foi de 60,9% e o preço médio por quarto se situou nos 50,86 euros. Seguida pela Região Norte, que reúne 21% dos empreendimentos turísticos, pela Região Centro (20%) e por Lisboa (15%), que em termos de unidades de alojamento é a segunda região mais representativa (com 26.183 unidades). Lisboa é também a região do país com a maior taxa de ocupação (67,8%) e com o preço médio por quarto mais elevado (70,60 euros). Uma distribuição praticamente proporcional à que existia em 2005.

De acordo com o estudo, que analisa a indústria hoteleira em Portugal, e que a Deloitte realiza anualmente desde 2005, foram criados 7722 novos empreendimentos turísticos no país nos últimos 10 anos, que representam mais de 45 mil novas unidades de alojamento. Um crescimento mais evidente em 2015 com a previsão de abertura de 53 novos empreendimentos turísticos, a maioria de quatro e cinco estrelas, nas regiões de Lisboa (21), Norte (11) e Centro do país (10).

Em termos de RevPAR5, e comparando com o Atlas da Hotelaria 2014, todas as regiões do país viram as suas receitas por quarto disponível subir, com exceção para a Região Autónoma dos Açores. Lisboa destacou-se com uma receita por quarto disponível de 47,90 euros, mais 5,47 euros do que na edição anterior.

Pelo décimo ano consecutivo, os grupos Pestana Hotels & Resorts / Pousadas de Portugal, Vila Galé Hotéis e Accor Hotels formam o top 3 do ranking nacional dos 20 principais grupos hoteleiros / entidades de management com o maior número de unidades de alojamento. O grupo Pestana lidera de forma destacada com 6.953 unidades de alojamento (o que corresponde a 14.270 camas), que os seus 62 empreendimentos oferecem. Comparando com 2005, a cadeia hoteleira mais do que duplicou o número de unidades de alojamento e triplicou o número de unidades hoteleiras.

Apesar de manterem o mesmo número de unidades de alojamento contabilizadas no Atlas da Hotelaria 2014, o grupo Sana Hotels, o grupo VIP Hotels e ainda o grupo Hoti Hotéis/Meliá Hotels & Resorts sobem uma posição, dado que, para efeitos de contabilização, passaram a considerar-se os grupos hoteleiros responsáveis pela gestão dos empreendimentos ao invés das sociedades proprietárias e/ou gestoras de participações sociais. Esta alteração justifica também a entrada do InterContinental Hotels Group, do NAU Hotels & Resorts, e a reentrada do Luna Hotels and Resorts e da Sonae Turismo no ranking deste ano

De acordo com o Atlas da Hotelaria 2015 da Deloitte, os hotéis são a tipologia de empreendimentos turísticos que predomina em Portugal, com 71%. Seguem-se os apartamentos turísticos (12%), os hotéis apartamentos (8%), hotéis rurais (4%), os aldeamentos turísticos (3%) e as pousadas (2%). Um panorama que se mantém praticamente inalterado face ao Atlas da Hotelaria de 2014, mas que comparando com 2005 se destaca pelo crescimento dos hotéis.

Os empreendimentos turísticos de três e quatro estrelas são os que predominam a nível nacional, representando cada uma destas categorias 36% do mercado, ou seja, cerca de 625 e 627 unidades hoteleiras respetivamente. Os empreendimentos de duas estrelas ocupam a terceira posição, com 16%, e os de cinco estrelas a quarta posição, com 8%. Atualmente existem em Portugal 139 unidades hoteleiras nesta categoria.

Em nota, Jorge Marrão, partner da Deloitte e líder da indústria de Tourism, Hospitality & Leisure, afirma que “a indústria hoteleira sofreu uma grande transformação nesta última década e contribuiu de forma decisiva para a estabilidade da balança de pagamentos do país, para o PIB nacional e para o emprego, tendo-se revelado anticíclica. Face ao aumento da procura, espera-se que os investimentos no setor continuem a trajetória de crescimento e surjam novos empreendimentos. São ventos favoráveis que por certo darão um novo impulso ao setor”.

Refere-se no trabalho “Atlas da Hotelaria 2015” que “na última década, o setor hoteleiro nacional registou um crescimento assinalável e foi um dos principais motores da recuperação económica do país. Portugal conta hoje com 1729 empreendimentos turísticos, quase o dobro dos contabilizados no Atlas da Hotelaria 2005 (8863), que representam mais de 130 mil unidades de alojamento”.

Fonte: Deloitte
Fonte: OJE

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