14 maio 2015

Empréstimos para compra de casa atingem máximos de 2011


Foram emprestados 715 milhões de euros para a compra de habitação nos primeiros três meses deste ano. Este montante é o mais elevado em mais de três anos, traduzindo uma maior procura perante os sucessivos cortes de "spreads". O arranque de 2015 tem sido marcado pela descida dos "spreads" mínimos exigidos pelos bancos no crédito à habitação. 

A refletir a melhoria das condições de financiamento, o montante emprestado superou os 700 milhões de euros, no primeiro trimestre, o valor mais elevado desde o final de 2011, ano marcado pela chegada da troika a Portugal. 

As instituições financeiras concederam 715 milhões de euros em crédito à habitação, entre Janeiro e Março deste ano, segundo dados do Banco de Portugal. É preciso recuar aos últimos três meses de 2011 para encontrar um montante de financiamento superior (745 milhões de euros). O que explica esta evolução? "Claramente o aumento da oferta da banca neste segmento, melhorando as condições de aprovação, baixando os 'spreads' e publicitando essas alterações através de campanhas específicas", explica Filipe Garcia. Desde Fevereiro, entre 13 instituições financeiras, apenas duas ainda não desceram a margem mínima cobrada nos empréstimos para a compra de casa, sendo que já há cinco bancos a oferecerem "spreads" abaixo de 2%. A CGD tem a margem mais baixa: 1,75%. 

A reflectir este movimento das instituições financeiras, foi em Março que os bancos emprestaram mais dinheiro para a compra de casa: 281 milhões de euros, o montante mais significativo desde Setembro de 2011. E a perspetiva é de que o financiamento continue a evoluir favoravelmente, ainda que este seja "um segmento do crédito cuja evolução depende muito mais da oferta do que da procura", sublinha o economista da IMF. Mas "os bancos têm de emprestar dinheiro para poderem ser rentáveis e podem tentar melhorar a rentabilidade média das carteiras de crédito imobiliário através da concessão de novos empréstimos com 'spreads' mais altos", adianta Filipe Garcia. 

"Depois de uma fase complicada de reestruturação, reforço dos níveis de capital e recomposição de balanços parece-me que os bancos estão atualmente mais aptos e disponíveis para financiar compra de habitação", acrescenta Paula Carvalho, economista do BPI. 

Mas não foi só na habitação que a concessão de crédito registou um aumento. Os bancos emprestaram 761 milhões de euros às famílias (o que inclui também crédito ao consumo e para outros fins), em Março, mais 32,8% do que em Fevereiro. Este foi o maior aumento mensal desde Março de 2012. 

MELHOR TRIMESTRE DESDE 2011 (Montante concedido, em milhões de euros) 
O primeiro trimestre deste ano foi o melhor para o crédito à habitação desde o final de 2011. Os bancos emprestaram 715 milhões de euros, entre Janeiro e Março, para a compra de habitação, segundo os dados revelados pelo Banco de Portugal. Há quatro trimestres que a concessão de crédito à habitação tem melhorado, num período marcado também pela redução dos "spreads". 

Fonte: Negócios

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.