Mais 14.639 portugueses entraram em incumprimento, no primeiro trimestre deste ano. Foi no crédito ao consumo que se registou o maior aumento de incumpridores, segundo o Banco de Portugal. O primeiro trimestre deste ano chegou ao fim com mais de 666 mil famílias em incumprimento. Houve um aumento de 2,5% face ao final do ano passado. Depois de três trimestres consecutivos de queda, o número de portugueses com prestações em atraso voltou a aumentar no início deste ano, revelam os dados do Banco de Portugal. Foi no crédito ao consumo que se verificou o crescimento mais significativo.
Depois do alívio verificado em 2014, o número de famílias em incumprimento no crédito voltou a aumentar no início deste ano. No final de Março, a Central de Responsabilidade de Crédito do Banco de Portugal contabilizava 666.350 portugueses com prestações em atraso. Mais 14.639 do que no trimestre anterior. Ou seja, em média, por dia, 162 novas famílias deixaram de pagar o crédito.
A última vez que o número de incumpridores aumentou foi no primeiro trimestre do ano passado quando tinha atingido 675.960 famílias. Desde então, foi reduzindo num contexto de quebra das taxas de juro cobradas nos empréstimos, mas também de melhoria da situação económica do país que se reflectiu numa redução da taxa de desemprego. Contudo, agora houve uma nova inversão, à semelhança do que se tem verificado no início dos últimos anos.
Apesar deste aumento, o número de famílias em incumprimento está abaixo dos máximos históricos fixados no segundo trimestre de 2012, período em que 708.630 portugueses tinham prestações em atraso. Mas "os níveis de endividamento, embora menores do que no passado, continuam relativamente altos", considera Paula Gonçalves Carvalho, economista-chefe do BPI. E continua a aumentar de forma mais expressiva nos empréstimos ao consumo.
Consumo pesa
É o segmento do financiamento para o consumo que o principal responsável pela evolução registada no arranque do ano. No final do primeiro trimestre, 598.650 famílias estavam em incumprimento no crédito ao consumo e outros fins, mais 9.213 do que três meses antes. Já nos empréstimos à habitação, o número de incumpridores ascendia a 154.405, mais 6.406 famílias do que no final de 2014.
O elevado nível de incumprimento no consumo é visível através dos dados do malparado, isto apesar de estar ainda longe dos máximos históricos atingidos em Março de 2013 (12,26%). Em Março, 10,91% do montante emprestado era de difícil recuperação, a taxa mais elevada de todos os segmentos de crédito para as famílias. Na habitação, o crédito malparado renovou um máximo histórico ao atingir os 2,51% do total de financiamento, sendo que a percentagem de incumprimento global nos particulares ascendia a 4,41% do total de empréstimos, a mais elevada de sempre.
Fonte: Negócios
0 comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.