03 junho 2015

Mercado francês conquistado pelo imobiliário nacional


O mercado emissor francês tem ganho preponderância indiscutível no segmento residencial de luxo e turismo residencial português. Determinadas camadas populacionais gaulesas, como os seniores e reformados, têm um peso especial neste mercado e encontram-se, na presente conjuntura, entre os principais investidores de imobiliário em Portugal.


Nesse sentido, o Salão do Imobiliário e do Turismo Português de Paris (SIPP), que decorrerá de 5 a 7 de junho de 2015, no parque de Exposições da Porte de Versailles, destaca-se como uma montra privilegiada da oferta nacional. 

Tendo entre o público-alvo preferencial a comunidade lusófona radicada em França, formada por mais de 2,5 milhões de particulares, bem como os 45 mil empresários de origem portuguesa, o certame, organizado pela ACIF-CCIM, aposta igualmente nos cerca de 40 fundos de investimento imobiliário franceses que estão, de acordo com dados da organização, no centro dos prováveis investidores. 

Porém, o foco principal recai sobre os 15 milhões de seniores interessados em investir em imobiliário fora de França.

Reforma dourada em Portugal 

Com efeito, “o principal mercado alvo é aquele que apelidamos de Retraite Dorée”, isto é, “os reformados franceses do sector privado com um nível elevado de tributação e que estão dispostos a ir viver para o estrangeiro, neste caso para Portugal, e aí adquirir um bem imobiliário”, explicou Nuno Maia Giga, Diretor de Marketing e Qualidade do Banque BCP. 

Paralelamente, “existe um outro mercado”, formado pelos “investidores que veem em Portugal um mercado interessante para investir em bens destinados a arrendamento”, considera. 

A análise do mercado francês aponta para o “interesse crescente pelo imobiliário português e por Portugal em geral, enquanto destino turístico e enquanto país de acolhimento, para muitos reformados franceses”, disse Nuno Giga. 

Nesse sentido, e “dado o perfil destes reformados”, a participação no Salão Imobiliário de Paris é uma boa montra para os imóveis dos segmentos residencial de luxo e turismo residencial junto do mercado francês: “Os segmentos indicados são de facto privilegiados, servindo o salão como uma montra para dar a conhecer mais em detalhe a oferta existente e para esclarecimento in loco de dúvidas ou questões que possam existir”, afi rmou o responsável do Banque BCP. 

Regime fiscal atrativo 

O Regime Fiscal dos Residentes NãoHabituais constituiu-se desde o início como um forte dinamizador da procura. Nuno Maia Giga considera mesmo que este regime “veio consolidar e dar uma outra expressão, no segmento específico dos reformados, a uma tendência que já se verificava há algum tempo relativamente à escolha de Portugal como destino turístico de eleição dos franceses”. 

Porém, se “este regime é por si só atrativo”, a tomada de “decisão de ir viver para o estrangeiro” na “vida de pessoas que, na maioria, terão mais de 60 anos” é “algo de extremamente impactante” e pressupõe que o país acolhedor possua outros argumentos de peso. 

Para Nuno Giga, “Portugal dispõe de valências únicas para os franceses: clima, hospitalidade, segurança, moeda comum, custo de vida mais reduzido que em França, qualidade dos cuidados de saúde, nomeadamente privados, e curta distância” em relação ao país de origem. 

Não obstante as vantagens competitivas que Portugal oferece a este público, Nuno Maia Giga estima que o país soube capitalizar a situação instável que se verifica em mercados tradicionais para os franceses, como o Norte de África. 

“Esse é um dos fatores que também contribuiu para o crescimento do número de turistas franceses que escolhem Portugal para passar férias”, disse. Este terá mesmo contribuído para que “os reformados franceses olhassem menos para os destinos francófonos do Norte de Africa, privilegiando em alternativa os países do sul da Europa” e, em particular, Portugal, “graças aos incentivos de natureza fiscal”. 

Mas, considera, é possível ir mais além: “O que ouvimos dizer aos franceses, nomeadamente aqueles que visitam Portugal pela primeira vez, é que Portugal é um país magnífico mas que não comunica suficientemente no exterior”. 

Assim, Nuno Maia Giga avança que “Portugal precisava de apostar mais na promoção externa, com campanhas de marketing de envergadura e mais frequentes, como fazem outros países europeus ou do norte de África”, conclui. 

Fonte: Público Imobiliário

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