17 junho 2015

Rendas de escritórios com dinâmica de aumento


O mercado de escritórios de Lisboa contará com mais 32.161 m² nos próximos 18 meses, com a conclusão de mais quatro edifícios; estes juntarse-ão a dois outros edifícios já concluídos, com uma oferta nova de 20.635 m². No total, a oferta de escritórios totaliza 4.562.748 m². Mas esta é, segundo a consultora Aguirre Newman, insuficiente.


No âmbito da apresentação do estudo anual sobre a Migração de Empresas no Mercado de Escritórios de Lisboa, o managing partner da Aguirre Newman, Paulo Silva, referiu que “o pipeline de novos projetos de escritórios nunca esteve em níveis tão baixos” e, “a menos que se avancem com novos projetos muito em breve, o mercado de Lisboa enfrenta a ameaça de não conseguir responder a uma procura de espaços que se adivinha crescente”. 

“É preocupante quando observamos que não há praticamente novos projetos de promoção imobiliária de escritórios prontos a avançar em Lisboa”, afirmou Paulo Silva, explicando que “o mercado vive num impasse: os promotores ainda estão a braços com a falta de financiamento à construção e, por isso, estão ainda pouco disponíveis para a tomada do risco associado a avançar com uma obra especulativa, isto é, sem ter um contrato de arrendamento à cabeça”. E, se esta é uma situação que já se nota agora, será ainda mais flagrante “dentro de cinco ou seis meses”. 

O mesmo documento mostra que a área contratada (126.529 m²) cresceu cerca de 63% face à registada no ano de 2013, tendo sido registadas 239 operações de escritórios. Destas, 120 transações corresponderam à contratação de uma superfície inferior a 300 m². 

O estudo, que teve por base a informação disponibilizada pelo LPI (Lisbon Prime Index), aponta para a lealdade à zona de origem, evidenciada em quase 45% das operações analisadas, sendo que esta é uma situação mais flagrante quando se trata de operações de mudança de escritórios dentro das zonas 1 e 2 (Prime CBD e CBD). 

Pressão para subir rendas 

Como salientou a diretora de research da Aguirre Newman, Paula Sequeira, entre 2013 e 2014 foi evidente uma grande mudança na dinâmica do mercado de escritórios de Lisboa. A começar desde logo pela diminuição na concessão de incentivos pelos proprietários aos seus inquilinos, uma tendência que se tem vindo a fortalecer até hoje e que faz os responsáveis da consultora anteverem uma inversão do cenário vivido no anterior ciclo de mercado. 

“Os próximos tempos serão muito desafiantes para os proprietários e asset managers de escritórios. Pois, pela primeira vez em vinte anos desde que trabalhamos este mercado de forma profissional, começa agora a aumentar a pressão sobre os inquilinos – os quais, lembre-se têm estado a beneficiar de rendas historicamente baixas nos últimos dois três anos”. 

E, “saídos de um contexto de crise em que a procura esteve em mínimos históricos, agora verifica-se o oposto: uma enorme escassez de espaços disponíveis, inexistência de projetos em pipeline e uma procura crescente”. 

Ou seja, “os proprietários e asset managers estão agora em condições, pela primeira vez em vários anos, de poderem pressionar os inquilinos para subir as rendas ou mesmo para sair dos edifícios, pois o mercado desta vez está do lado deles”, concluiu Paulo Silva. 

O Estudo da Migração das Empresas envolveu 425 operações de escritórios, sendo 186 relativas ao ano de 2013 e 239 relativas ao ano de 2014. A área total transacionada foi de 204.331 m² (77.802 m² em 2013 e 126.529 m² em 2014). 

Concluiu-se que 59% das transações registadas em 2014 correspondem a um incremento de área ocupada face à ocupação anterior, ou seja, mais de metade do número de transações foram mudanças de escritórios mais pequenos para escritórios maiores e/ou contratação de área adicional na mesma morada.

Fonte: Público

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