20 agosto 2015

Imobiliárias crescem a dois dígitos impulsionadas pelo crédito bancário.


A RE/MAX, ERA e Century 21 venderam 12.870 imóveis no primeiro semestre. As três maiores imobiliárias presentes em Portugal apresentam crescimentos que vão de 17% a 36%. Os bancos voltaram a demonstrar uma maior abertura na oferta de crédito à habitação, um factor que está a influenciar positivamente a dinamização do mercado imobiliário. As três maiores imobiliárias presentes em Portugal - RE/MAX, ERA e Century 21 - registaram um crescimento de dois dígitos nas vendas de imóveis no primeiro semestre de 2015 e acreditam que esta tendência é para manter até ao final do ano.


No total, as três imobiliárias foram responsáveis pela venda de 12.870 imóveis, gerando um volume negócios transaccionado de 1,53 mil milhões de euros. 


A melhoria da confiança dos portugueses na economia, a disponibilidade da banca para a concessão de crédito à habitação e o aumento do investimento por parte de estrangeiros são os três factores que fazem com que tenha sido possível atingir estes resultados. Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), confirma que "há procura, interna e externa, o crédito para o imobiliário voltou a ser concedido, com cuidados normais mas com juros e ‘spreads' muito competitivos, e o sector, a par do turismo, é um dos pilares da iniciada recuperação económica".

A RE/MAX, a imobiliária líder em Portugal, registou um crescimento de 17%, nos primeiros seis meses do ano, gerando um volume de negócio de 856 milhões de euros. Ao todo, a imobiliária comercializou seis mil imóveis. Beatriz Rubio, presidente-executiva da RE/MAX, disse ao Económico que "o crescimento está aliado à maior abertura por parte do crédito bancário, bem como às estratégias de comunicação que têm um foco mais cuidado e intensivo nos clientes".

No caso da ERA, o número de imóveis vendidos no período em análise foi de quatro mil casas, que representam um montante de 513 milhões de euros. "A ERA registou um crescimento de 36% em facturação, que se deve também, ao facto de existir maior abertura dos bancos para a concessão de crédito habitação e reflecte-se na venda de casas", explica Miguel Poisson, director-geral da ERA Portugal.

Já a rede Century 21 Portugal realizou 2.870 transacções imobiliárias de venda de imóveis, o que corresponde a um acréscimo de 31% face às 2.194 realizadas no mesmo período do ano anterior. O volume de negócios mediados ultrapassa os 197 milhões de euros, ao passo que a facturação chega aos 8,5 milhões de euros com um crescimento de 36% face a igual período do ano passado. Ricardo Sousa, administrador da Century 21 Portugal, garante que "o crédito à habitação foi, sem dúvida, um dos impulsionadores das transacções de venda". Desde o início do ano, foram realizados cerca de mil processos de crédito habitação nos processos geridos pela imobiliária, o que significa que aproximadamente 60% das casas vendidas na rede da Century 21 recorreram a esta fonte de financiamento. "Foi atribuído um volume de crédito à habitação de 80 milhões de euros, que representa cerca de 40% do volume de negócio mediado pela Century 21 Portugal, sendo que o valor médio do crédito situa-se nos 80 mil euros, o que corresponde, a 65% do valor do imóvel", avança Ricardo Sousa.

2015 será ano de retoma

O ano em que mais se investiu em imóveis foi 2006, quando o valor gerado pela venda de imóveis atingiu 1,2 mil milhões de euros. A consultora Worx - Real Estate Consultants acredita que, até ao final de 2015, o investimento se vai aproximar de dois mil milhões de euros.

Com resultados animadores no primeiro semestre do ano, as imobiliárias acreditam que esta tendência se vá manter para o resto do ano.

Ricardo Sousa não tem dúvida que "2015 será um ano muito positivo para a actividade imobiliária em Portugal". Contudo, o responsável pela rede da Century 21 apela para que haja prudência na análise dos indicadores e resultados. "O mercado imobiliário está em fase inicial de recuperação, mas existem vários factores, macroeconómicos e políticos, que podem influenciar o ritmo de crescimento das transacções", acrescenta o gestor.

A ERA Portugal prevê um crescimento na ordem dos dois dígitos. "O primeiro semestre e, em especial, o mês de Junho, foi o melhor desde que a marca se instalou em Portugal, em 1998", defende Miguel Poisson. Para dar resposta a este crescimento a política de expansão da ERA para 2015 prevê cumprir o objectivo definido de 25 novas lojas, sendo que 16 unidades já estão a funcionar.

Beatriz Rubio acredita que com base em todos os indicadores iniciais "apontamos para mais um ano cheio de sucessos".

Fonte: Económico

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