15 novembro 2015

Vistos gold atraem russos à Madeira


Os números estão longe de se comparar com Lisboa ou o Algarve, é certo, mas em dois anos o arquipélago da Madeira atraiu quase €10 milhões em Vistos gold. Numa escala mais pequena, o número acaba por ter impacto, criando algum dinamismo no mercado imobiliário da ilha. Aqui, a novidade não são os chineses mas o interesse que a pérola do Atlântico está a granjear junto dos russos.


Das 15 autorizações de residência para investimento (ARI) atribuídas desde o final de 2013 até agora, 10 foram para cidadãos da Rússia, 2 da Ucrânia, 1 da China,1 da África do Sul e 1 do Kuwait, segundo números do SEF local. Mas, no total, foram emitidas 33 autorizações de residência ao abrigo do reagrupamento familiar previsto na lei, a familiares dos cidadãos estrangeiros detentores de ARI, dos quais 23 são nacionais da Rússia, 7 da Ucrânia, 2 da China e 1 da África do Sul. 

A comunidade russa tem despertado a curiosidade local com o poder de compra que ostenta e que inclui não só moradias de elevado valor mas também viaturas de luxo e barcos de recreio. 

Os últimos números apurados pela Secretaria Regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus mostra que a comunidade estrangeira é constituída por cerca de 5.700 pessoas, surgindo à cabeça o Reino Unido, com 810 residentes, e bem próximos os brasileiros, com 782. Os cidadãos da Europa do Leste, os russos e os ucranianos, já representam a terceira maior comunidade estrangeira com 583 pessoas. 

Os franceses ainda pouco expressivos em termos de número (apenas 166, em final de 2014), começam, de acordo com a experiência dos mediadores imobiliários, a 'descobrir' a Madeira graças ao programa do Residente Não Habitual (RNH) que lhes confere benefícios fiscais (cujos dados não foram possíveis de apurar). 

Pedro Dantas, advogado e atualmente à frente da empresa de mediação imobiliária Investissements Portugal, esteve presente no Salão do Imobiliário português em Paris e em Lyon, seguindo a lógica de que "se os franceses já descobriram o país, é natural que a Madeira também os consiga atrair". E eles já começaram a chegar: 90% dos seus clientes são estrangeiros, sendo que os franceses e os ingleses estão em maioria. 

"Os franceses são pessoas com bastante capacidade aquisitiva, que estão a comprar não só casas para habitar como edifícios para reabilitar e colocar no mercado de turismo", conta Pedro Dantas. 

A definição das zonas de reabilitação urbana, e os respetivos incentivos previstos, onde se inclui por exemplo a isenção do IMT, a isenção inicial do IMI ou as rendas tributadas a 6%, está a ser um estímulo para quem quer investir na cidade, não só promotores portugueses mas também investidores estrangeiros, um `extra' que se vem juntar às isenções fiscais do RNH.

Fonte: Expresso

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