27 janeiro 2016

Vendas e procura estabilizam em Dezembro, mas as perspetivas continuam positivas


Os resultados do RICS/Ci PHMS de Dezembro de 2015 mostram que a atividade no mercado de compra e venda estagnou ao longo do mês. Contudo, os respondentes esperam que esta seja uma tendência temporária, com os indicadores relativos a perspetivas futuras a apontar para que as vendas retomem sua trajetória ascendente num futuro próximo. No sector de arrendamento, a procura por parte dos arrendatários continuou a reforçar-se, levando à aceleração do acréscimo das rendas.


Segundo Ricardo Guimarães, Director da Ci, “A incerteza é frequentemente mencionada nos comentários produzidos pelos agentes que participam no inquérito. As atuais condições no sistema financeiro parecem ser a principal causa. Ao nível interno, a incerteza é vista como uma fonte de potencial constrangimento na obtenção de novos empréstimos. Ao nível externo, a incerteza gera potenciais efeitos negativos na atração de investimento internacional, num momento em que é crucial para o mercado.” 

Começando pelo mercado de compra e venda, em Dezembro não houve evolução no ritmo de consultas por potenciais clientes, o primeiro mês desde o final de 2013 no qual a procura não recuperou. Adicionalmente, o volume das vendas manteve-se inalterado, trazendo o respetivo indicador de sentimento para o mesmo patamar de janeiro de 2014. Dito isto, releva destacar que enquanto os mediadores imobiliários reportaram um ligeiro acréscimo das suas transações, foi entre os promotores que se observou um considerável declínio das vendas. 

Entretanto, os preços continuam a recuperar ao nível nacional, embora a um menor ritmo relativamente ao início do ano. Olhando para o futuro, os respondentes esperam que os preços das casas subam cerca de 2% ao longo dos próximos 12 meses. Ao nível regional, o Algarve deverá registar um crescimento de cerca de 3%, enquanto as projeções se situam em 2% e 1% para Lisboa e para o Porto, respetivamente. Ao longo dos próximos cinco anos, os preços das casas nacionais deverão aumentar, em média, 4% ao ano (com base numa média de três meses de expetativas). 

O índice de confiança nacional (uma combinação entre as expetativas de curto prazo relativas a preços e vendas) manteve-se estável pelo terceiro mês consecutivo, em +33. Consequentemente, o indicador mantém-se agora em território positivo há vinte e seis meses consecutivos. 

No mercado de arrendamento, o aumento da procura por parte dos arrendatários acelerou ao longo do mês, enquanto as novas instruções por parte dos proprietários voltaram a registar uma forte quebra. Face a este cenário, as rendas recuperaram ainda mais, tendo a taxa de crescimento acelerado em Dezembro. Como tal, as rendas têm vindo a aumentar em cada um dos últimos oito relatórios, sucedendo assim a anos de declínio persistente. No futuro, espera-se que se continue a construir atividade no mercado de arrendamento, com as expetativas a apontar para um crescimento adicional das rendas no curto prazo.

Na opinião de Simon Rubinsohn, Economista Sénior do RICS, “Embora os últimos resultados mostrem uma desaceleração da atividade em dezembro, os indicadores futuros permanecem, no geral, otimistas. Com a melhoria da economia nacional, reúnem-se as condições para o mercado retomar a sua recuperação nos próximos meses. No entanto, só o tempo dirá se este é um comportamento pontual ou o início de uma tendência mais duradoura.”

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