05 fevereiro 2016

“Fiscalidade ao investidor deveria ser garantida até à sua saída”


O imobiliário comercial está em alta, sobretudo a área de investimento, mas é preciso acautelar o futuro. “Garantir aos investidores que as medidas fiscais irão perdurar até à sua saída” seria uma das medidas fortes que qualquer Executivo poderia dar ao investimento estrangeiro em Portugal. Este comportamento seria o trunfo para o investimento que está a dinamizar a reabilitação no país, podendo aumentar substancialmente, diz Pedro Lancastre, diretor geral da JLL.


À margem da apresentação de resultados da empresa em Portugal, o gestor defendeu que os processos Golden Visa deverão voltar a ganhar agilidade e defende que a mensagem do “bom aluno” tem de voltar a ser ouvida em Bruxelas, por que isso é “música para os investidores”.

As projeções para 2016 indicam que o ritmo de absorção de escritórios pode voltar a superar 2015, com algumas zonas de Lisboa a consolidarem, caso de S. Paulo e do Príncipe Real. No Porto, a perspetiva é ainda mais ambiciosa do que em Lisboa, com a consolidação do comércio de rua, da hotelaria e do setor residencial. Pedro Lancastre diz que há promotores imobiliários que tradicionalmente investem em Lisboa e que estão a olhar para o Porto.

A nível de rendas, a expetativa é de manutenção das yields atuais nos vários segmentos, embora exista escassez de produto de escritórios em algumas zonas, caso da Expo. No entanto, Lisboa regista um dos maiores níveis de compressão de yields na Europa e tem rendas consideradas muito baratas, adianta a mesma fonte.

JLL com 27 milhões de vendas

O volume de negóciso da JLL em Portugal atingiu os 27 milhões de euros em 2015, mais 72% em termos homólogos. A empresa tem, atualmente, 160 colaboradores, tendo duplicado este número após a aquisição do Novo Interior e da Cobertura. Lancastre diz que a JLL está “sempre atenta” a novas oportunidades e realçou que as aquisições feitas foram estratégicas e a integração “correu bem”.

No investimento, trabalhou com 24 nacionalidades, sobretudo com investimento que veio do Brasil, França, África do Sul e China, mas, entre os clientes, há origens tão díspares como o Líbano, a Síria, o Irão, a Índia, o Paquistão. A área residencial foi um dos temas fortes e, para este ano, há muita procura em pipeline. No portfólio da empresa estão à venda mais de uma centena de unidades habitacionais na zona da Av. da Liberdade e, na CBD, há mais de 500 frações com procura forte.

Pedro Lancastre refere em nota que, “num ano em que praticamente todos os setores do mercado imobiliário registaram crescimentos assinaláveis, a JLL tem o seu melhor ano de sempre. Crescemos em todas as áreas de atividade, quer transacionais quer não transacionais, com destaque para a área de investimento, onde estivemos envolvidos nas principais transações realizadas no mercado; e a Tétris, que atua na área de arquitetura e construção de interiores, e que cresceu fortemente na carteira de projetos e faturação.”

Adianta que “o crescimento da empresa beneficia, obviamente, da conjuntura de mercado, mas reflete também a aposta na expansão orgânica da empresa que levámos a cabo, com o lançamento de novas áreas de negócio e a aquisição de empresas em áreas estratégicas”.

Na área de capital markets (investimento), a JLL registou um importante crescimento no volume de negócios, estando envolvida nas principais operações de investimento concretizadas no mercado. A consultora atuou em transações no valor de 220 milhões de euros, entre elas a venda do portefólio de retail parks detidos pela Internos Global em todo o país ou a venda do Palácio Belas Artes, no Chiado.

Foi também um ano muito positivo para o departamento de escritórios, no qual a JLL atua através das áreas de agência e de corporate solutions, com um crescimento de 42% na área intervencionada face a 2014. A empresa foi responsável pela colocação de 35.665 m2 de escritórios, ou seja, 31% do total absorvido no mercado de Lisboa e concluiu a renegociação de contratos de arrendamento no total de 16.540 m2, o que eleva para 52.206 m2 a área intervencionada ao longo de 2015.

Na área de agência, a JLL colocou empresas como a Cofaco, MAPFRE, Uniplaces, Allianz, Egor, Rolex e Prowinco; enquanto na área de serviços corporativos para empresas arrendou área para o BNP Paribas, Unit4, EY, Avigilon, GM, Hay Group, Whirlpool, entre outras.

No retalho, a JLL manteve uma forte atividade e trabalhou com marcas de renome nas principais localizações de comércio de rua e também nos principais projetos comerciais em funcionamento e em desenvolvimento. Ao longo do ano, concluiu 50 operações, num total de 24.000 m2. Marcas como a Massimo Dutti, Pingo Doce, Mango, Worten, Zippy e Rádio Popular contam-se entre as transações realizadas nos diversos equipamentos comerciais que a JLL está a comercializar, onde se incluem o MAR Shopping e o novo projeto da IKEA Centres Portugal no Algarve.

No comércio de rua, as operações envolveram insígnias como a Versace (Avenida da Liberdade), Tiger e Pull & Bear (Chiado), Burger King (Cascais), ou ainda a Geox.

Fonte: OJE

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