26 maio 2016

Procura nacional por casas de luxo conhece dinâmica de crescimento


Para além da expansão da procura nacional, também a procura de mercados como o francês atravessa fase positiva. Reabilitação urbana dinamiza oferta, que encontra novos perfis de comprador. A habitação de luxo conhece um período de crescimento, em que a procura por projetos de qualidade, mas igualmente por imóveis reabilitados, está em alta. Em consequência, também os preços de venda registam subidas sustentadas.


O gabinete de estudos da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP) mostra que foram franceses os estrangeiros que mais investiram no imobiliário português entre janeiro e março, ultrapassando britânicos e chineses. 

Assim, os franceses representaram 27% do investimento externo, um aumento de 11 pontos percentuais face a 2014. Seguem-se os ingleses, com 18%, chineses (13%), brasileiros (8%), e belgas (com 5%, reflexo igualmente da dinâmica do mercado gaulês). 

O investimento estrangeiro representa 20% do total das transações imobiliárias no primeiro trimestre de 2016, tendo-se registado um decréscimo de 3% face a 2014. Este decréscimo justifica-se “não pela quebra de investimento estrangeiro”, mas “pelo aumento considerável da representatividade do mercado interno”. 

Lisboa, Porto e a região do Algarve continuam a ser as zonas mais procuradas pelos investidores. “O investimento dos ingleses continua muito concentrado na região algarvia e o dos chineses na região de Lisboa”, explica a APEMIP. “O investimento francês tem uma distribuição territorial mais heterogénea, ainda que se concentre sobretudo em Lisboa, no Porto e no Algarve”. 

Os reflexos desta dinâmica podem ainda ser explicados pelo crescimento do Programa de Vistos Gold que, em abril, registou um volume de investimento externo em Portugal que se situou nos 82 milhões de euros, totalizando 313 milhões ao longo dos quatro primeiros meses de 2016, ou seja, mais 45% que o apurado em igual período do ano anterior, segundo dados da CPCI – Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário. 

Investimento português regressa 

Na perspetiva dos diversos operadores, a procura estrangeira representa “sempre, neste segmento, cerca de 50%” do total das transações, podendo “ser ainda maior quando falamos de propriedades acima do milhão de euros”, afirmou Gustavo Soares, da Portugal Sotheby´s International Realty. Porém, este ano conhece “uma procura muito significativa por parte dos compradores nacionais, nomeadamente no intervalo entre os 500 e 800 mil euros”. 

Também a Quintela e Penalva reconhece que “em Portugal o mercado também já voltou a dar sinais de recuperação. Os investidores portugueses são os nossos clientes que mais têm investido”, afirmam Francisco Quintela e Carlos Penalva. 

Por sua vez, Assunção Ravara, da Re/Max Siimgroup, afirma que Lisboa continua a ser ”uma das cidades mais procuradas”, tendência essa “que se prevê manter nas zonas históricas, com níveis de qualidade de vida e sofisticação crescentes”, afirmou. 

Entre os fatores que considera relevantes para o crescimento registado, Assunção Ravara refere que “muito se deve à reconquista de confiança dos investidores nacionais e estrangeiros no mercado português e, isto nota-se muito nas principais feiras de imobiliário e turismo onde estivemos presentes”, tanto nacionais como internacionais, nota. 

De igual modo, a participação da Quintela e Penalva em várias feiras internacionais e roadshows de promoção imobiliária, “em geografias muito distintas”, mostra “o interesse que existe entre investidores de todo o mundo no imobiliário português, nomeadamente em Lisboa, no Porto e no Algarve”. 

Ânimo para a promoção 

No primeiro trimestre deste ano, a Quintela e Penalva “verificou um aumento de 65% na faturação em relação ao ano transato, com um volume de incremento nas vendas de prédios para reabilitar e de imóveis para reabilitar”. A consultora imobiliária tem em pipeline, “e com propostas aceites, quase trinta milhões de euros, o que denota uma aposta no mercado português de investidores e de clientes finais”. 

Para responder a esta procura, estão a ser construídos ou reabilitados no centro de Lisboa muitos novos empreendimentos de luxo. “Existem muitas zonas de Lisboa, por exemplo, que estão a ser reabilitadas. Na zona da Duque de Loulé, por exemplo, vão nascer mais de 300 apartamentos, para uma única rua”, resumem. Outras zonas que “antes eram desvalorizadas estão a ser redefinidas de modo a maximizar todo o seu potencial inerente. Zonas como Xabregas, junto ao rio, irão ser redesenhadas e desse modo irão surgir novos focos para imobiliário deste segmento”, concluem. 

Também Gustavo Soares considera que existe ânimo para a retoma da promoção no segmento de luxo, adiantando que “a Sotheby’s tem apoiado diversos promotores imobiliários, previamente selecionados, na definição estratégica dos seus projetos”, permitindo-lhes “chegar a um mercado muito mais alargado, através da gestão conjunta da consistência dos três vetores fundamentais de qualquer projeto imobiliário: preço, projeto e localização”, conclui

Fonte: Público Imobiliário

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.