02 junho 2016

Reabilitação faz mexer imobiliário em Lisboa


A maior parte das casas novas em venda no centro da capital e uma nova vaga de oferta turística resultam de projetos de reabilitação. E os escritórios também começam a gerar interesse. Na produção imobiliária, reabilitar parece ser o negócio do momento em Lisboa, impulsionada por um fluxo crescente de turistas, pela captação de compradores estrangeiros para o imobiliário português e pelas próprias medidas públicas de incentivo à reabilitação. Os últimos dois anos confirmam e só no 1º trimestre deste ano, com 85% dos projetos licenciados pela Câmara de Lisboa são relativos a obras de reabilitação, segundo dados apurados pela Confidencial Imobiliário (Ci).


A habitação tem sido um dos principais focos deste investimento. Um estudo recente da Prime Yield identifica uma oferta de 775 apartamentos resultantes de projetos de reabilitação em desenvolvimento em zonas centrais e históricas de Lisboa, com outro research divulgado há dias pela consultora JLL a confirmar que a reabilitação é predominante na criação de oferta residencial em Lisboa, frisando que, a prazo, se começará a enfrentar uma “redução do stock de edifícios interessantes para reabilitação”. 

O turismo tem igualmente sido um motor importante para a reabilitação do edificado na capital. Nesta área, além da reabilitação de imóveis para hostels, guest houses ou mesmo hotéis, numa altura em que existe procura por imóveis para rendimento, muitos promotores estão a desenvolver produtos para investimento imobiliário puro, “como é o caso de apartamentos turísticos ou de aparthotel, posicionados sobretudo para arrendamento de curta duração e com rentabilidade garantida”, refere o estudo da JLL. 

De acordo com dados da ADENE, analisados pela Ci, o setor turístico está bastante dinâmico nas intenções de investimento em novos projetos imobiliários. Só no 1º trimestre de 2016, o número de projetos turísticos com pré-certificado energético – que é emitido pela ADENE no contexto de um pedido de licenciamento municipal - em Lisboa é já igual ao total de 2014 (5 projetos), depois de 2015 ter registado um aumento exponencial (20 projetos), com a Ci a destacar que a maioria é relativo a obras de reabilitação. Este é também o caso do segmento de escritórios, onde se denota um crescimento importante na emissão de pré-certificados energéticos (6 projetos em 2014 e 11 em 2015), com a reabilitação a dominar. Os analistas do mercado de escritórios também já deixaram o mote: com um pipeline de nova oferta de raiz bastante limitado para os próximos dois anos e uma procura crescente por áreas de grande dimensão em Lisboa, associada à retirada do stock de imóveis que estavam obsoletos e foram convertidos para habitação, a renovação e reabilitação de edifícios para o uso de escritórios pode ser cada vez mais apetecível.

Millennium bcp com oferta para reabilitação em Lisboa 

Atento as estas tendências e à “forte procura de prédios disponíveis para reabilitação na cidade”, o Millennium bcp tem atualmente em comercialização diversos produtos com potencial para reabilitação no âmbito da sua carteira de desinvestimento imobiliário. Em Lisboa, o Banco destaca dois edifícios em zonas centrais da cidade, que considera “serem boas oportunidades para promotores ou investidores nacionais ou estrangeiros que vejam na reabilitação um potencial de rendimento interessante”, refere Ramiro Gomes, Responsável Vendas – Grandes Imóveis Sul, da Direção de Negócio Imobiliário do Banco. Os dois imóveis - localizados na avenida José Malhoa e na rua Viriato – são “duas excelentes oportunidades no centro de Lisboa, num momento onde há escassez deste tipo de produto que é muito especifico”. Ambos os imóveis são originalmente de serviços e têm cerca de 25 anos, mas “podem ter potencial para ser reaproveitados para outros usos como habitação, hotelaria ou residências séniores e de estudantes”, refere Ramiro Gomes, ressalvando que “a autorização, utilização e transformação dos edifícios para estas atividades ficará a cargo do interessado, que terá de as promover e analisar a sua viabilidade”. 

Entre a Praça de Espanha e a zona de Sete Rios, fica o edifício José Malhoa 19, com cerca de 25 anos e atualmente devoluto. Originalmente de serviços, o imóvel possui áreas amplas em open space e todas as infraestruturas técnicas para o uso de escritórios, dispondo de área bruta de 10.000 m2 , distribuída por um espaço comercial no piso térreo e 7 pisos de escritórios, acrescendo ainda 3 pisos de estacionamento em cave. Situa-se numa das artérias mais centrais de Lisboa, com acesso aos principais eixos rodoviários e uma rede de transportes públicos diversificada, além de estar também próximo de instituições de ensino como as universidades Nova e Católica. Para Ramiro Gomes, as caraterísticas e centralidade do imóvel permitem “quer uma renovação em que se mantém a função atual, quer a sua transformação para hotelaria, habitação, ou as referidas residências, para estudantes ou séniores”, diz Ramiro Gomes, frisando que essa alteração “deverá ser agilizada pelo interessado”. 

Já o edifício da rua Viriato, nº 7, de menor dimensão e com cerca de 23 anos, poderá manter a sua função de serviços, com “adaptações que o tornem mais funcional e adequado aos dias de hoje”, mas também “alterar o modelo, com transformação para hotelaria ou habitação, caso o projeto assim o permita”, diz Ramiro Gomes. Com 3.771 m2 de área bruta de construção, distribuídos por 8 pisos de escritórios acima do solo e 4 em cave para estacionamento (2 pisos) e comércio (2 pisos), destaca-se pela “sua centralidade e boas acessibilidades, a distância idêntica da praça do Marques de Pombal e do Saldanha”, conclui.

Fonte: Público Imobiliário

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