
Luís Lima, presidente da associação das empresas imobiliárias (APEMIP), admite já, em declarações ao jornal Público, que o sector poderá beneficiar de alguma deslocalização de investimentos para Portugal.
Nesta primeira fase, duas semanas depois do referente, o interesse traduz-se em sondagens do mercado e do quadro dos vistos gold. Será preciso esperar, ainda, alguns meses para ver se o interesse das primeiras horas vai trazer investimentos reais, refere.
Tradicionalmente ativos nos negócios imobiliários em Portugal, um país de eleição, para a a aquisição de uma segunda residência ou de investimentos para arrendar, os britânicos privilegiam historicamente o Algarve e têm, agora, um novo quadro que os convida a considerar a hipótese de virem a aproveitar as vantagens associadas aos vistos gold, que permitem a cidadão de fora da União Europeia circular livremente pelo espaço Shengen.
O receio de desvalorização dos ativos imobiliários britânicos na sequência do Brexit é, também, um factor de peso nesta tendência, que poderá levar algumas socidades gestoras de fundos a redirecionarem investimento internacional para Portugal. Paralelamente, investidores tradicionais do Reino Unido, designadamente, indianos e chineses, podem vir a direcionar parte dos seus capitais para outros países europeus, Portugal incluído.
Falta, no entanto, aguardar pelas decisões que vierem a ser tomadas na sequência do Brexit e pela evolução das negociações entre Bruxelas e Londres para perceber o impacto direto do referendo na dinamização do imobiliário português.
De acordo com os últimos dados da APEMIP - Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, até ao final de junho foram concedidas 3609 autorizações de residência para atividade de investimento, 3.405 das quais através da aquisição de imóveis.
Desde a sua criação, os vistos gold trouxeram para Portugal mais de 2,2 mil milhões de euros, com a aquisição de bens imóveis a superar os 1,9 mil milhões.
No topo da lista dos investidores neste programa estão os chineses (2.743 vistos), seguidos dos brasileiros (180), russos (120), sul africanos (109) e libaneses (58). Já este ano, no primeiro trimestre, os franceses foram os estrangeiros que mais investiram no imobiliário luso.
Fonte: Expresso
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