10 setembro 2016

Imobiliário e turismo dão que fazer a advogados


Em época de rentrée, as expectativas sobre a evolução da economia não são as melhores, mas há sectores como o do imobiliário e o do turismo que estão a mexer e pedem a prestação de serviços jurídicos. A economia portuguesa não está a viver o melhor dos momentos, mas há sectores que estão, ainda assim, em alta. Nos meses que se seguem até final do ano, os serviços jurídicos não deixarão mesmo assim de estar activos. Segundo os advogados, há investimentos na calha e o imobiliário e a área do turismo prometem continuar a dar trabalho.


Duarte de Athayde, "managing partner" da Abreu, considera que o desenvolvimento da economia portuguesa parece limitado, em 2016, quando comparado com momentos anteriores de recuperação. "A falta de ritmo das exportações pode ser uma justificação para essa queda, mas haverá outros factores que convém não minorar entre os quais a falta de investimento, o nível de endividamento elevado e as crises angolana e moçambicana", argumenta o advogado. Sem prejuízo destes aspectos, sublinha que a sociedade que lidera continua a trabalhar em pleno em todas as suas áreas de prática.

"Salientamos alguns sectores mais activos este ano, como o da saúde. Acresce que o cenário não é desanimador para o turismo e continuamos a ter um enorme dinamismo nos sectores da imigração e do imobiliário", enfatiza Duarte de Athayde.
O próximo trimestre estará dependente da evolução político-económica do país, argumenta por seu turno Alberto Galhardo Simões, sócio da Miranda. Neste quadro, entende que assume especial importância a reavaliação que a agência de "rating" DBRS fará ao país em Outubro, uma vez que a pressão dos mercados tem feito sentir-se de forma acentuada desde Agosto.
"Acreditamos, todavia, que o cenário politico-económico permanecerá estável no decorrer do próximo trimestre, o que será propicio à realização, consolidação ou conclusão de vários investimentos em setores diversos, nomeadamente no turismo e imobiliário que têm vindo a assistir a um crescimento assinalável", frisa Galhardo Simões.
Final do ano para avançar com projectos adiados

José Maria Castelo Branco, sócio da CCA-Ontier, lembra, por outro lado, que o aproximar do final do ano é muitas vezes "o incentivo que faltou para a tomada de decisões mais difíceis e o lançamento de novos projectos, que embora muitas vezes necessários, foram sendo adiados".
Segundo adianta, o mercado vem dando sinais de que "nos próximos meses, em especial no contexto das pequenas e médias empresas, o sector da advocacia venha a sentir um incremento de actividade decorrente da necessidade do apoio jurídico a novos projectos, essencialmente nas áreas de societário e fiscal e, em alguns casos, todo o apoio à internacionalização".

José Maria Castelo Branco entende igualmente que a recta final do ano será aproveitada por algumas empresas para se reestruturarem ou concluírem reestruturações que têm vindo a ser feitas para adequação às exigências dos mercados atuais, necessitando para tal de apoio jurídico essencialmente nas áreas de societário e fiscal, mas também laboral. Além disso, acredita, "também o investimento estrangeiro, em especial na área imobiliária se acentuará até ao final do ano".

O sócio da SRS Octávio Castelo Paulo assegura, aliás, que houve já um claro aumento do volume de trabalho e que a tendência se vai manter. "O trabalho que é solicitado é respeitante às mais diversas áreas, com destaque para fusões e aquisições, temas financeiros, apoio comercial às empresas, concorrência, reestruturações laborais e também oportunidades na área do direito público, ainda com um forte componente de contencioso", conclui.

Fonte: Negócios

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