26 setembro 2016

Mais procura e falta de dinâmica da oferta fazem subir os preços das casas


Os resultados do RICS/Ci PHMS de Agosto de 2016 apontam para um novo acréscimo da procura no mercado de habitação. A dinâmica dos compradores continua a superar a oferta, tendo as novas ofertas no mercado descido ligeiramente ao longo do mês. Tal está a conduzir a um aumento dos preços das casas em todas as regiões cobertas pelo inquérito. O mesmo sucede no mercado de arrendamento, no qual a reduzida oferta tem exercido uma forte pressão para a subida das rendas, cujo crescimento acelerou significativamente de acordo com os últimos resultados.


No mercado de compra e venda, a procura por parte de novos compradores aumentou a um ritmo sólido quer em Lisboa quer no Porto, enquanto o Algarve registou uma subida mais contida ao longo mês. Ao mesmo tempo, em todas as regiões assistiu-se a uma diminuição da entrada de novos fogos para venda. As vendas acordadas continuaram a apresentar um resultado bastante positivo, com todas as regiões a apresentar um ligeiro aumento no volume das transações.

“De forma simples, os operadores do mercado desejam três coisas: estabilidade fiscal, para assegurar aos investidores internacionais previsibilidade nas condições de mercado; o robustecimento do sistema financeiro, para manter a dinâmica por parte das famílias; e incentivos ao mercado de arrendamento, no qual a falta de oferta tem pressionado as rendas para cima.”, refere Ricardo Guimarães, Diretor da Ci.

Olhando para o futuro, as expetativas de vendas a curto prazo abrandaram, contudo, apesar de ainda se situaram em terreno positivo, o indicador atingiu o resultado mais baixo desde Novembro de 2013.No entanto, o desequilíbrio entre a oferta e a procura continua a pressionar a subida dos preços. De facto, em todos os últimos três relatórios se reportou que os preços das casas têm crescido ao ritmo mais rápido desde que o inquérito foi lançado em 2010. A expetativa é de que os preços das casas cresçam ainda mais ao longo dos próximos 3 meses. Num horizonte a 12 meses, os inquiridos continuam a projetar um crescimento dos preços de pouco menos de 3%. Desagregando por regiões, espera-se que Lisboa apresente as maiores recuperações, enquanto as previsões se mantêm ligeiramente mais fracas para o Porto. Contudo, as desigualdades entre as expetativas de cada região têm diminuído sensivelmente nos últimos meses.

O índice de confiança nacional (uma medida composta das expetativas de curto prazo relativas a preços e vendas) subiu até aos 24 pontos em Agosto sucedendo à leitura de 21 pontos registada anteriormente. Ainda assim, este resultado é bastante mais suave que o máximo de 42 pontos alcançado em Maio. Tal pode dever-se em grande parte a uma revisão das perspetivas relativas ao crescimento das vendas por parte dos respondentes.

No mercado de arrendamento, o interesse por parte de futuros inquilinos registou um forte aumento, com a série do indicador relativo ao crescimento da procura a alcançar um máximo desde o seu início em 2011. Entretanto, a oferta por parte dos proprietários continua a cair o que significa que o ritmo de crescimento das rendas irá acelerar ainda mais.

Segundo Simon Rubinsohn, Economista Sénior do RICS: “A última estimativa para o PIB apurada no 2º trimestre mostra que o crescimento económico ganhou algum impulso no último ano, embora a velocidade de recuperação permaneça modesta. O aumento gradual dos rendimentos deve impulsionar ainda mais o aumento da procura por habitação, enquanto a melhoria contínua das condições de crédito será fundamental para suportar a atividade do mercado.”

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