06 janeiro 2017

“Conseguimos um tempo médio de quatro a cinco semanas na venda dos imóveis”


Oriundo da área da banca, Vasco Pais conhece a importância da partilha do lucro e do risco com os parceiros de negócio. Não admira, por isso, que este empresário, do ramo imobiliário, que investe em imóveis para reabilitar e revender, tenha como regra a prática de preços apetecíveis, fidelizando assim a carteira dos clientes investidores. 
Por esta razão também não é de estranhar que “o tempo médio de venda das frações em planta seja de quatro a cinco semanas”, destaca Vasco Pais, responsável da ZOF. Acrescenta, “temos um conjunto de investidores que compram e, muitas vezes, com o objetivo de revenda”. “Por isso tentamos praticar preços competitivos”.

A ZOF – Sociedade de Investimento Imobiliário, iniciou a sua atividade em 2009 na Foz (e daí herdou a originalidade do nome), mas entretanto passou a concentrar a atividade na Baixa do Porto, onde, aliás, tem agora parte significativa dos investimentos. 

Com uma pequena estrutura, a ZOF tem em curso seis obras de reabilitação de prédios, “em que as frações renovadas são vendidas chave-na-mão”, explica Vasco Pais. Os prédios estão localizados em várias ruas da Baixa do Porto, como é o caso da rua dos Caldeireiros, Trindade Coelho, Mouzinho da Silveira, praça Carlos Alberto e rua Bonjardim. Contudo a ZOF alargou a sua intervenção a outras zonas da cidade que começam a tornar-se atrativas e que são procuradas por quem não quer pagar os preços mais altos praticados na Baixa. É o caso da rua da Constituição, jardim de S. Lázaro e da rua Rodrigues de Freitas. 

“Junto ao jardim de S. Lázaro, estamos a comprar à CGD um prédio de serviços, de RC e seis pisos, que representa uma operação de maior dimensão, relativamente ao que fizemos até agora e à nossa estratégia”, destaca, “onde o objetivo é renová-lo e transformá-lo em 17 apartamentos, 5 estúdios e 12 T1, com acabamentos de gama alta para um segmento de mercado mais exigente.” 

Embora continue a existir uma enorme oferta de imóveis para reabilitar na Baixa, existem algumas dificuldades: “Muitos imóveis, ou estão em fase de partilhas, ou têm inquilinos”. No primeiro caso muitas vezes os proprietários não têm condições financeiras para realizar as obras, nem conseguem chegar a um entendimento para os colocar à venda. No segundo caso, alerta, “a nova lei do arrendamento veio trazer alguma flexibilidade”. Acrescenta, “por isso, a existência de inquilinos não constitui um entrave à nossa atividade, pois na grande maioria das situações, nomeadamente para os inquilinos habitacionais, conseguimos chegar a um acordo para o realojamento, já previsto na lei atual, o que facilita a negociação”, destaca. 

Vasco Pais alerta que, muitas vezes, são os próprios filhos a incentivar a saída dos pais, já que a mudança possibilita passarem a ter melhores condições de habitabilidade. 

Rentabilidades de 6 a 9%

De acordo com Vasco Pais, nesta fase, entre os clientes da ZOF, destacam-se dois tipos de investidores: os que compram o prédio por inteiro, normalmente com o objetivo de o arrendar na totalidade, ou de o explorar na área de Alojamento Local, e que atingem com facilidade uma rentabilidade anual bruta de 6 a 9%, e os investidores mais pequenos – alguns estrangeiros – com o objetivo de rentabilizarem o investimento no mercado do arrendamento tradicional, ou através da cedência de exploração para Alojamento Local, em que a rentabilidade será variável e em função da ocupação. 

Embora seja visível que os preços de venda dos imóveis na Baixa do Porto têm aumentado de forma significativa nos últimos 5 anos – rondando, atualmente, os 3.000 a 3.500 euros o m2, Vasco Pais acredita que “continua a haver margem de crescimento”. 

Utilizando apenas capitais próprios, a ZOF concretizou 22 aquisições de imóveis em 2015, 25 em 2016, mantendo o objetivo de crescimento para 2017, através da mesma estratégia de investimento, estrutura e cultura da empresa. “Sinto que perderia o controlo se alargasse a atividade a outras áreas de negócio, mesmo que diretamente ligadas ao setor imobiliário”, destaca. Para a reabilitação dos imóveis a ZOF estabeleceu uma parceria com uma empresa de construção, com que tem pré-definidos preços e níveis de serviço rigorosos, pois nesta atividade os prazos são decisivos para o sucesso do negócio.

Fonte: Vida Económica

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