26 fevereiro 2017

Portugueses voltam em força à compra de casa


As famílias portuguesas estão novamente no centro do mercado imobiliário. Na Century 21 Portugal, a compra de casa representou um aumento de 11%. A mediação imobiliária está num momento de franco crescimento. Em 2016, a Century 21 Portugal alcançou um crescimento de 36%, com uma faturação que superou os 25 milhões de euros.


Nos 12 meses do ano realizou mais de oito mil transações de venda de imóveis, o que traduz um aumento de 11% no número de transações em relação às 7250 efetuadas no período homólogo. Os negócios mediados cresceram 26% para os 593 milhões de euros. Números que deixam satisfeito Ricardo Sousa, administrador da Century 21 Portugal, revelando que as famílias portuguesas estão a ser o principal catalisador do setor imobiliário, embora ainda longe do nível de transações que se chegou a alcançar em Portugal antes da crise do subprime.

“Verificamos que os consumidores nacionais regressam agora em força ao mercado, depois de vários anos, em que a maioria dos portugueses não tinha condições para comprar ou vender os seus imóveis, ou, pura e simplesmente, adiou a sua decisão de realizar transações imobiliárias por falta de confiança no mercado”, explica.

O responsável adianta ainda que o aumento significativo do número de operações de crédito à habitação – conjugado com o baixo retorno dos produtos financeiros tradicionais e a reduzida confiança no mercado financeiro – está a atrair compradores e investidores para o setor imobiliário.

Ricardo Sousa salienta também que este dinamismo do mercado está a ser influenciado pelo aumento significativo da procura internacional em várias regiões de Portugal, em consequência do crescimento exponencial do número de turistas.
Os resultados anuais da rede revelam que o valor médio de venda dos imóveis, a nível nacional, situou-se nos 148 mil euros e cresceu 14% face à média de 130 mil euros verificada em 2015. Os imóveis mais procurados continuam a ser as tipologias T2 e T3.

Atualmente, o perfil do comprador é, como referido, maioritariamente nacional, na faixa etária entre os 40 e os 55 anos, que procura um imóvel de dois a três quartos. No caso de Lisboa e Porto, com valores abaixo dos 300 mil euros. Nas principais áreas metropolitanas, a procura é, sobretudo, orientada para imóveis com valores inferiores aos 150 mil euros, e nos mercados mais rurais a procura concentra-se em imóveis abaixo dos 100 mil euros. Também por parte da procura internacional começa a predominar um perfil de comprador de um segmento médio, que procura imóveis até 200 mil euros.

Quanto aos investidores estrangeiros, Ricardo Sousa adianta que são os franceses, brasileiros, belgas e britânicos quem mais comprou em Portugal e as zonas mais procuradas foram Lisboa, Cascais, Porto, Algarve e a Costa de Prata. Em 2016 as transações internacionais subiram 6%.

Quanto ao mercado de arrendamento, o número de operações registou uma quebra de 21%, para cerca de 3500 transações, em comparação com as 4233 realizadas em 2015. Contudo, o valor médio do arrendamento de imóveis aumentou 22% e situa-se agora nos 670 euros, face à média de 550 euros registados em 2015.

Para 2017, o administrador da Century 21 refere que será imprescindível aumentar a oferta de imóveis ajustados às reais necessidades da procura. “Os portugueses não encontram soluções de habitação no centro das cidades, quer em termos de compra, quer de arrendamento, e estão a ser obrigados a procurar casa nas periferias dos grandes centros urbanos”, refere.

Fonte: Jornal Económico

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