Estrangeiros pesam 24% em valor no total de casas transacionadas. Os investidores estrangeiros que adquirem habitação no centro de Lisboa despendem em média mais 40% que os compradores nacionais. No último ano e meio (compreendido entre janeiro de 2016 e junho de 2017) os estrangeiros que compraram casa nas onze freguesias de Lisboa monitorizadas pelo SIR-Reabilitação Urbana (Ajuda, Alcântara, Arroios, Avenidas Novas, Belém, Campo de Ourique, Estrela, Misericórdia, Santa Maria Maior, Santo António e São Vicente), investiram, em média, 338 mil euros. Este valor está cerca de 40% acima dos 244 mil euros investidos por aquisição, em média, pelos portugueses nestas zonas no mesmo período.
Os dados apurados pela Confidencial Imobiliário apresentam uma diferença no perfil de aquisições entre compradores nacionais e internacionais que é visível, desde logo, nas quotas que este último público tem no volume total de investimento e no número de transações.
Se os estrangeiros pesam cerca de 18% (1.300 aquisições) no total das 7300 transações de casas concretizadas mesta zona nesses 18 meses, esse peso aumenta para 24% quando a análise é feita em valor. Assim, os internacionais geraram cerca de 446 milhões de euros do total dos 1.900 milhões de euros transacionados em habitação nesse mercado.
Os dados mostram ainda que das onze freguesias analisadas, há padrões de internacionalização claramente diferenciados. No eixo Alcântara-Ajuda-Belém, a quota de investimento internacional nas transações residenciais é incipiente, ficando por cerca de 10% dos montantes transacionados.
Já na envolvente do Centro Histórico, formado pelas freguesias da Estrela-Campo de Ourique-Avenidas Novas-Arroios, a incidência de compradores internacionais sobe para uma média de 19% do total do valor das vendas realizadas. Já no Centro Histórico, sem surpresas, há uma quota de investimento internacional mais elevada, superando os 30% nas três freguesias abrangidas (Santa Maria Maior, São Vicente e Misericórdia).
Relembre-se que, neste período, a compra de casas por estrangeiros envolveu cidadãos oriundos de um total de 84 países, abrangendo os cinco continentes e destacando-se os chineses, franceses e brasileiros, com quotas de, respetivamente, 21%, 20% e 10% do volume de investimento realizado por internacionais nesse período.
“Os chineses continuam a ser uma fatia essencial das compras de habitações em Lisboa, bem como os franceses. O que estes últimos dados mostram é o emergir de outras nacionalidades, destacando-se a brasileira e a turca, e esta nova realidade traz uma perspetiva de elevada segurança à dinâmica estabelecida, mostrando que a cidade pode ser resiliente a eventuais quebras de procura de uma ou outra proveniência. E mais do que isso, confirma a consolidação de Lisboa enquanto destino de investimento internacional”, explica Ricardo Guimarães, diretor da Confidencial Imobiliário.
Fonte: Público
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