02 julho 2012

Habitação: vem aí queda nos juros, prestações vão descer

São boas notícias para quem tem crédito habitação. A taxa Euribor já está abaixo de um por cento no mercado interbancário, com impactos nos contratos revistos este mês. A queda antecipa o que a maioria dos analistas acredita que vai acontecer esta semana: a descida da taxa diretora por parte do Banco Central Europeu (BCE), que está atualmente emmínimos históricos.

O BCE tem uma reunião monetária esta quinta-feira e 48 dos 71 analistas contactados pela Reuters preveem um corte face aos atuais 1%.
Depois de «sete meses consecutivos em 1%», a descida da taxa diretora deverá ser «de 25 pontos-base, para 0,75 por cento», disse à Lusa a analista de ações do Millennium Investment Banking, Telma Santos.

«Um corte modesto seria totalmente justificado, mesmo sem o intensificar dos tumultos nos mercados», considera o economista-chefe do Berenberg Bank, Christian Schulz, citado pela Reuters, para quem uma descida até aos 0,75% deve acontecer e manter-se até, pelo menos, 2014.

Uma hipótese também admitida por alguns governadores da instituição. O próprio BCE tem vindo a dar dicas de que uma descida pode estar mesmo a caminho.

«Não há nenhuma lei que impeça a descida da taxa diretora abaixo de 1%», disse o economista-chefe do BCE, Peter Praet, citado pela Reuters, na passada semana, acrescentando: «Os cortes são justificados se contribuírem para a estabilidade dos preços a médio prazo».

A média da taxa Euribor a seis meses, mais comum nos créditos para comprar casa, atingiu, em junho, os 0,94%, um valor com impacto já nos contratos revistos este mês. Mas foi em maio que a média deste indexante desceu o patamar dos 1% - cotou nos 0,97%.

Prestações podem descer 60 euros já este mês

Assim, em maio, a prestação média paga nos empréstimos habitação foi de 287 euros, menos quatro euros do que em abril, de acordo com os dados do INE. Agora, a prestação mensal pode cair mais de 60 euros, no caso de um empréstimo de 150 mil euros, a 30 anos e spread de 1%.

Para já, a tendência nos mercados continua a mesma. Esta segunda-feira ficou marcada por mais uma descida: a Euribor a seis meses fixa agora nos 0,928%. Também a taxa a três meses, mais comum nos créditos às empresas, caiu para os 0,652%, aproximando-se do mínimo histórico de 0,634%, atingido no início de 2010. Já o prazo a mais longo prazo (12 meses) está nos 1,213%, de acordo com a fixação diária da Federação Europeia de Bancos.

No entanto, os bancos podem optar, unilateralmente, pela mexida nos juros associados aos créditos e a associação de defesa dos consumidores DECO já avisou que há bancos a cobrarem spread de 7%. A DECO pede, por isso, pede a fixação de um teto máximo.

Crise: mercados descontam cimeira, mas...

A influenciar as decisões do BCE está a crise da Zona Euro. Na madrugada de sexta-feira, os líderes europeus chegaram a acordo para estreitar os laços de uma união bancária, com vista, a médio prazo, a uma união orçamental. No entanto, os mercados consideram que estas alterações não vão acontecer no imediato e, por isso, esperam estímulos vindos do banco central.

A elevar o tom de alarme estiveram as declarações do governador do Banco de Inglaterra, Mervyn King, que, na semana passada, escureceu os cenários da economia, não só europeia, como global. Uma justificação para manter os estímulos à economia e manter as taxas de juro em 0,5%.

Fonte: Agência Financeira

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