20 agosto 2012

Proprietários demoram mais tempo a vender e há quem tenha de baixar o preço


Se para quem está a pensar comprar casa esta é a altura ideal, o mesmo não acontece para quem quer vender. O processo demora mais tempo e, muitas vezes, os proprietários são obrigados a baixar os preços para conseguirem concretizar o negócio.

A opinião é unânime junto das mediadoras contactadas: os tempos médios de venda estão mais dilatados e, como os bancos não estão a conceder crédito, existe mais oferta do que procura e as pessoas levam mais tempo a escolher e a tomar decisões.



Mesmo assim, a Century 21 admite que o processo de venda está actualmente a demorar entre a quatro a oito meses, mas só “quando se encontram enquadrados com os valores de mercado”, salienta o administrador da mediadora, Ricardo Sousa.

A verdade é que, apesar da demora, continuam a concretizar-se negócios. “O mercado não está parado. Vendem-se casas, mesmo com a concessão de crédito mais apertada, porque existem outras modalidades de compra e venda (por exemplo, permuta) que permitem a estimulação do mercado”, revela a CEO da Remax, Beatriz Rubio, acrescentando ainda que “existem muitos casos de compra a pronto pagamento”.

Para os proprietários que têm maior urgência em vender, baixar os preços é a solução mais rápida. De acordo com a Century 21, as famílias que necessitam de um processo de venda rápido, por exemplo, inferior a três meses, têm feito um ajuste médio de 5 a 10% do valor do mercado.

A Era, outra mediadora, diz, no entanto, que só “uma pequena fatia de clientes está disposta a baixar os preços”, já que a avaliação dos imóveis está a recuar há dez meses consecutivos. “Não há certezas absolutas em relação ao comportamento do mercado, mas não podemos garantir que esta tendência de baixos preços se acentue”, alerta.

Uma opinião partilhada pela Remax, uma vez que, no entender da mesma, já não há grande margem de manobra para baixar mais os valores. “Nalguns casos os proprietários já pedem um preço justo pelo imóvel e estariam a perder dinheiro se baixassem o valor. Se não vendem hoje, podem vender amanhã.”

As casas em Lisboa (e nos concelhos limítrofes) e no Porto continuam a ser aquelas que registam maior procura, logo são mais fáceis de vender. Já os proprietários no interior do país têm a vida mais dificultada.

ARRENDAMENTO 

Os proprietários são também confrontados com a concorrência do arrendamento, dificultando ainda mais o processo de venda. “Muitas pessoas estão a optar por arrendar, por ser uma opção que a curto prazo é mais barata e não pressupõe décadas de crédito bancário”, salienta Beatriz Rubio.

A restrição ao crédito também acaba por ditar esta tendência, assim como a redução dos valores pedidos de quem arrenda o imóvel. Se em 2011, os valores médios eram superiores a 500 euros, este ano já são inferiores a 400 euros. “É consequência de uma nova tipologia da procura: famílias mais carenciadas”, diz Ricardo Sousa. Também a nova lei do arrendamento poderá dar um novo ânimo aos proprietários que se “sentirão mais seguros e, ao mesmo tempo, poderão baixar os preços”, reforça a mesma fonte.

Fonte: iOnline

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