"Estamos a apostar em mercados como o chinês, russo ou brasileiro", além disso, "temos procurado ainda a aproximar-nos das nossas redes de imigrantes", adiantou Ricardo Salgado. "É mais interessante nós vendermos uma casa a um imigrante em França para os seus descendentes", disse.
O banqueiro revelou ainda que, só nos primeiros nove meses deste ano o banco conseguiu arrecadar mais com a venda de imóveis do que o obtido na totalidade de 2011. No conjunto do ano passado, o BES vendeu 1280 imóveis que corresponderam a um encaixe de 191 milhões de euros. Já nos nove primeiros meses deste ano os 1269 imóveis vendidos corresponderam a 240 milhões de euros.
"Isto mostra que estamos no terreno a vender imóveis. Estamos a aproximar mercados internacionais, baseados no princípio de que estrangeiros podem adquirir imóveis em Portugal", adiantou.
A coordenação da venda destes imóveis tem sido feita pelo novo departamento do banco: Área de Gestão Imobiliária (AGI), que conta no momento com responsáveis na Rússia para tentar captar o interesse de investidores.
Ricardo Salgado revelou ainda que "60% dos negócios realizados são pagos a pronto, o que mostra que há poupança e interesse no mercado imobiliário".
Quanto ao impacto no banco, garante ser neutro. "Quando recebemos o imóvel à entrada provisionamos e vamos ajustando e reforçando o provisionamento".
Banca perde dois milhões por dia
No conjunto, BPI, Santander Totta, BCP, Caixa e BES registaram prejuízos de 461,4 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Contas feitas, os cinco grandes perderam 1,7 milhões de euros por dia quando, em igual período do ano passado lucravam, por dia, mais de 1,6 milhões.
De um lado três bancos - BPI, Santander Totta e BES - registaram lucros de 438 milhões de euros no referido período. Do outro, Caixa e BCP apresentaram prejuízos de quase 900 milhões de euros, o que acabou por puxar a média dos cinco grandes para terreno negativo. Apesar de os resultados apresentados terem seguido sentidos opostos, houve rubricas que mostraram a mesma tendência em todos, como por exemplo as imparidades para crédito. Mas, no conjunto, o crédito concedido a clientes registou uma quebra de 5% face ao período homólogo, enquanto que os depósitos captados tiveram uma subida de 2%.
O BES, que divulgou os seus resultados ontem, apresentou um lucro de 90,4 milhões de euros, uma descida de 47,4% face aos homólogos 172 milhões. O banco justificou as contas com "a execução do programa de ajustamento e ainda pela incerteza sobre o futuro da zona euro", bem como com "o ajustamento negativo aos resultados realizado em maio, de 54,1 milhões de euros, relacionado com a aquisição do controlo da BES Vida".
Fonte: Dinheiro Vivo
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