Não admira, pois, que Cascais seja presença constante nas revistas de sociedade. Já no passado, locais, como a emblemática Estoril, levaram a que fosse o espaço de veraneio escolhido por reis, rainhas, e por várias gerações de pessoas endinheiradas.
Assim, desde fi nais do século XIX, é um dos destinos turísticos portugueses mais apreciados por nacionais e estrangeiros, uma vez que o visitante pode desfrutar de um clima ameno, de belas praias, paisagens encantadoras, oferta hoteleira e gastronomia variada.
Nas últimas décadas, Cascais, tornou-se muito apetecível para quem aprecia a beleza da região e pode pagar os preços elevados das moradias de luxo. Os brasileiros e os angolanos foram os melhores clientes de um conjunto de empreendimentos habitacionais destinados ao segmento alto, em que os preços ultrapassavam, com facilidade, um milhão de euros. Também muitos ingleses e habitantes dos países do Norte da Europa compraram casa de linha de Cascais-Estoril, levando os promotores a elevar, ainda mais, os preços elevados em vigor e aumentar o número de projetos residenciais.
Atualmente, continuam a ser os brasileiros, em maior número, seguidos de outros clientes sul-americanos e angolanos, a comprar as moradias, que agora existem em grande quantidade no concelho, mas a preços mais baixos. A procura decaiu significativamente nos últimos meses, penalizada pelo aumento dos impostos previstos no último pacote de medidas de combate ao défice, criado pelo governo, e que vão onerar, especialmente, os imóveis de preços mais elevados, considerados de luxo.
Na opinião dos mediadores locais, as incertezas criadas pela situação económica do país são a principal razão porque os estrangeiros deixaram de comprar casa, preferindo aguardar que a situação estabilize. No caso dos portugueses, a razão deve-se às dificuldades criadas pelas instituições bancárias em financiar a aquisição de bens, impondo condições gravosas aos clientes.
Oferta de fogos em excesso
Cascais é um dos concelhos do país onde a oferta de casas para venda e arrendamento é bastante grande. De acordo com a Confidencial Imobiliário (CI), o número de fogos em oferta, nas seis freguesias que compõem o concelho, atinge os 9.840 frações, sendo que 2.750 se encontram na freguesia de Cascais. Cerca de metade das casas para venda no mercado são novas. Uma situação também visível na freguesia de Cascais, sede do concelho.
Na estrutura da oferta por tipologia é visível que as moradias T4, ou superior, constituem a maior oferta existente, ou seja, 26% do total das frações para venda no concelho. Na freguesia de Cascais a situação é ainda pior já que constituem 31,6% da oferta total, seguindo-se os apartamentos T2, com 18,6%.
No caso da oferta no concelho de Cascais verifica-se que os apartamentos T2, com 24,6%, e T3, com 24%, absorvem a maioria das frações para venda.
Curiosamente as moradias T4, ou superior, são também as tipologias mais procuradas, tanto a nível da freguesia de Cascais (30%), como no resto do concelho (23%).
Com um tempo médio de absorção, por cada fração, de 12 meses, o escoamento da atual oferta de habitações no concelho de Cascais vai demorar cerca de 12 anos.
Este facto ajuda a explicar a razão porque no concelho de Cascais a oferta de casas para arrendamento é também muito grande. De acordo com os dados da CI, no concelho de Cascais há 2.500 casas disponíveis para arrendar, sendo que 912 se encontram na freguesia sede.
Este facto, faz com que o concelho seja, a seguir a Lisboa e Porto, o terceiro com mais imóveis disponíveis para o arrendamento no país. Curiosamente a freguesia de Cascais ocupa mesmo o primeiro lugar a nível nacional, com maior oferta de casas para o arrendamento.
De acordo com os mediadores esta situação acaba por penalizar o mercado do arrendamento, já que os preços estão em queda e existe uma situação de saturação que não é benéfica para quem tem os imóveis no mercado. De acordo com a CI, os preços das rendas em Cascais são bastante elevados, rondam os 10 euros/m2. No resto do concelho, o valor é de 9 euros/m2. Ou seja, superiores aos 7 euros/m2 que constituem a média do país.
Fonte: Público
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