14 novembro 2012

Causeway Bay é a localização de retalho mais cara do mundo


Pela primeira vez em 11 anos, a 5.ª Avenida, em Nova Iorque, foi destronada no ranking das localizações de comércio mais caras do mundo, estando agora na 2ª posição. Causeway Bay, em Hong Kong, lidera a lista. O Chiado desceu três lugares, para 45.º.

Os principais mercados de retalho têm-se mostrado resistentes - apesar da lenta retoma e da incerteza sentida, sobretudo na Zona Euro - e com um aumento nos valores de rendas, em particular na Ásia e nas Américas, revela a mais recente edição do estudo "Main Street Across the World 2012" (MSATW), publicado anualmente pela consultora imobiliária Cushman & Wakefield (C&W).


Das 326 localizações de retalho monitorizadas pelo MSATW 2012, distribuídas por 62 países, 147 registaram aumentos no valor das rendas, e apenas 49 (15%) observaram descidas. Em 2011, o valor tinha sido de 19%, lembra a análise da C&W (o ranking baseia-se no valor de renda anual mais elevado em cada país analisado, não incluindo custos de condomínio, impostos locais e outras despesas de ocupação).

Causeway Bay, em Hong Kong, surge pela primeira vez o primeiro lugar do ranking, com uma subida de 34,9% nas rendas de comércio, para 22 307 euros/m2/ano. Esta área ultrapassa, assim, os valores verificados na 5.ª Avenida, em Nova Iorque, de 21 204 euros/m2/ano. Este foi o primeiro ano, desde o início do estudo, em que a cidade dos EUA não encabeça o ranking. Mas a maior subida no top 10 do ranking foi registada pelos Campos Elísios, em Paris, zona que ascendeu da quinta para a terceira posição da tabela, com 9573 euros/m2/ano. Ginza, em Tóquio, desceu para o quarto lugar, com 8962 euros/m2/ano.

Marta Esteves Costa, associate e diretora do departamento de research e consultoria da C&W, afirma que "as marcas de retalho de luxo continuam a ser o principal motor das subidas de rendas nas localizações chave. Estes retalhistas continuam a procurar as melhores lojas nas localizações prime das cidades, apesar de algum abrandamento nas vendas".

Lisboa cai no ranking mas lidera em termos internos
Lisboa, mais precisamente o Chiado, deslizou três lugares no ranking face a 2011, situando-se na 45.ª posição. As cidades de Buenos Aires, na Argentina, e Varsóvia, na Polónia, precedem a capital portuguesa no ranking; Almaty, no Cazaquistão, e Jacarta, na Indonésia, seguem-se na 46.ª e 47.ª posição, respetivamente.

Marta Esteves Costa considera que, "à semelhança da maioria dos mercados europeus, o comércio de rua em Lisboa tem vindo a revelar--se cada vez mais atrativo para retalhistas e consumidores". Em contra ciclo com os restantes setores do imobiliário, "as ruas da capital registaram, nos últimos anos, uma procura crescente por parte dos retalhistas. As restantes cidades do País não acompanham ainda esta tendência, mas acreditamos que, a médio prazo, também nas cidades secundárias se assista a uma revitalização do comércio de rua", afirma a responsável.

É cada vez mais sentido um maior fluxo de consumidores nas localizações prime de comércio de rua em Lisboa, a Avenida da Liberdade e o Chiado, em grande parte impulsionado pelo aumento do número de turistas nestas zonas. Como resultado, em 2012, manteve-se a procura para este tipo de espaços mais tradicionais, proveniente de operadores tipicamente presentes em centros comerciais e que diversificam a sua oferta para este formato, do qual é exemplo a Vitaminas & Companhia; ou para novas entradas ou reentradas em Portugal, como é o caso da Amorino, a Roche Bobois e a Cartier, enumera a Cushman & Wakefield.

A consultora ressalva que, não obstante a elevada procura de que têm sido alvo os espaços de comércio de rua em Lisboa, a estabilidade das rendas mantém-se desde março de 2009. "A este facto não será alheia a crise económica, que não permite sustentar um aumento dos valores pedidos", refere a C&W.

A zona do Chiado é hoje a que pratica as rendas mais elevadas em Portugal, situando-se o valor de referência para um espaço prime nos 80 euros/m2/mês; na Avenida da Liberdade o valor é ligeiramente inferior, cifrando-se nos 72,5 euros/m2/mês. No Porto, a Rua de Santa Catarina, principal referência para o comércio de rua nesta cidade, verificou uma descida no valor da renda prime neste último ano, situando-se atualmente nos 40 euros/m2/mês, representando uma quebra de cerca de 12% face aos 45 euros/m2/mês registados em 2011.

Fonte: OJE

0 comentários:

Enviar um comentário

Obrigado pelo seu comentário.