24 janeiro 2013

Compra de casas por investidores aumentou em ano de quebra das vendas


O ano de 2012 apresentou uma quebra na venda de casas entre os 25% a 30%, considera Luís Lima, presidente da APEMIP - Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária (ver entrevista em baixo). Se somarmos a esta descida, a quebra de 25% no número de transações ocorridas em 2011, perfaz uma retração de 50% no mercado de compra e venda de habitação, nos dois últimos anos.

Sabendo-se que o grande entrave à compra de casa continua a ser a dificuldade no acesso ao crédito à habitação, não é pois de estranhar que as vendas de casas feitas pelas duas maiores redes de mediação tenham por base os capitais próprios de investidores e particulares. 

De acordo com Miguel Poisson, diretor geral da ERA Portugal, “75% das nossas casas são compradas a pronto pagamento”. Adianta, que “trata-se de um fenómeno curioso, que é o oposto ao que acontecia há poucos anos em que 90 a 95% dos imóveis eram comprados a crédito”.

De acordo com Beatriz Rubio, CEO da RE/MAX Portugal, as vendas de frações feitas diretamente por investidores, sem recurso ao crédito “variam entre os 50% e os 60%”. Acrescenta que, cerca de 10% do total das vendas são casas dos bancos.

No balanço dos negócios realizados no ano de 2012 considera, que “tendo em conta a conjuntura atual, foi um ano positivo para a RE/MAX na medida em que atingimos as 200 mil transações, registámos um enorme acréscimo no mercado do arrendamento e fortalecemos a nossa relação com as principais instituições financeiras para venda dos seus imóveis”. A expectativa em relação ao ano de 2013 é que o volume de negócios venha a registar um crescimento de 20%, face a 2012.

Em relação aos números de balanço o responsável da ERA, diz “ainda não fechámos o ano, mas a rentabilidade da empresa será semelhante à do ano passado”. Segundo Miguel Poisson, “apesar da redução de vendas de imóveis de particulares, há um aumento muito significativo de venda de imóveis da banca”. De acordo com o responsável “uma em cada quatro casas que vendemos, em 2012, é da banca e a tendência é de crescimento”.

Acrescenta que, “neste momento temos na ERA mais de 12 mil imóveis da banca”.

Arrendamento a crescer

As operações de arrendamento cresceram em 2012 na atividade das duas redes imobiliárias. Beatriz Rubio salienta, que “relativamente ao mercado do arrendamento estamos com um crescimento de 30%”.

Já de acordo com Miguel Poison, as operações de arrendamento nas lojas ERA cresceram quase 100%. Assim, “em 2011, o arrendamento representava 18% do número de transações e em 2012 irá representar 34%” (dados até Novembro). 

Acrescenta que o arrendamento, com opção de compra, é uma tendência que tem vindo a aumentar nos últimos 2 anos.

Para a ERA o ano 2013 “continuará a ser um ano de grandes investimentos na área da tecnologia, estando igualmente previsto o lançamento de novos serviços que preencham as novas necessidades dos nossos clientes”. Na opinião de Miguel Poisson, a rede irá, igualmente, continuar a abrir agências em zonas estratégicas, identificando pessoas qualificadas, ambiciosas e com espírito empreendedor que olhem para o autoemprego como uma forma de se realizarem profissionalmente.

Fonte: Público

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