A zona da Avenida da Liberdade, considerada a área mais cara para escritórios, vai ter uma oferta recorde este ano.
A forte procura pela zona 1 de Lisboa, que envolve a Av. da Liberdade, levou promotores a apostarem na oferta. A consultora Jones Lang LaSalle fez uma antecipação para a oferta e procura do imobiliário comercial para este ano, e conclui que a CBD de Lisboa vai ter uma oferta adicional de 20 mil m2 de escritórios, um recorde, e que pode chegar aos 35 mil m2 se considerar o edifício Duarte Pacheco, 7, nas Amoreiras, que concorre com as áreas do Saldanha, Fontes Pereira de Melo e Av. da Liberdade.
As rendas prime têm-se mantido estáveis, enquanto o Corredor Oeste e o Parque das Nações registam pressão, devido a uma maior oferta. Em termos médios, atingiu-se um nível de 12% de escritórios vazios (disponibilidade), cerca de 530 mil m2. Pedro Lancastre, diretor-geral da JLL Portugal, afirmou, na apresentação, que existe uma forte motivação dos proprietários em negociarem rendas e condições para manterem os inquilinos.
No retalho, a novidade de 2012 é a ausência de inaugurações e o mercado nacional, sobretudo em cidades como Viseu ou Guimarães, onde existe excesso de oferta para a população residente. Para este ano, está prevista a abertura do Évora Forum e, para 2014, do Alegro Setúbal, enquanto o Ikea de Loulé poderá abrir em 2015. Em contraste, o Dolce Vita Braga, o Corte Inglês de Cascais e o outlet de Neiver previsto para o Algarve não têm datas de abertura, embora estejam em níveis de produção diferentes.
Este é um mercado difícil e mesmo no mercado de rua as boas notícias estão nos espaços do Chiado, Av. da Liberdade, Baixa, Príncipe Real e Castilho, afirma Lancastre. Na Av. da Liberdade, estão a ser anunciadas aberturas de grandes marcas praticamente todos os meses, revelando que o mercado está atento a um novo perfil de turista e a assunção de Lisboa como cidade para espaços comerciais de topo. Consumidores do Brasil, Angola, Rússia e China são responsáveis pelo interesse de marcas de primeiro plano. O preço médio de rendas em Lisboa subiu ligeiramente em 2012, o que contrasta com todos os restantes segmentos. A Reforma da Lei do Arrendamento tem tido resultados positivos na setor residencial, mas também no comércio de rua.
Entretanto, para 2013, Pedro Lancastre antecipa dificuldades. Afirma: "O ano será marcado pela redução do rendimento e do consumo e pelo aumento do desemprego e falências. Isso é incontornável. Mas, acima de tudo, é preciso continuar a acreditar que dos maus tempos também nascem boas oportunidades e que isso é uma verdade muito aplicável ao imobiliário. Não se auguram melhores níveis de atividade em escritórios, retalho e investimento, mas as oportunidades para quem tem liquidez, para quem ousa e para quem pode ter uma estratégia de antecipação, podem ser uma realidade, beneficiando também de um ajuste dos preços que vai continuar a verificar-se".
Jones Lang LaSalle mantém níveis de atividade
Em 2012, as áreas de escritórios (Agência e Corporate), Arquitetura (através da Tetris-Design & Build) e Avaliações foram as que evidenciaram melhor performance, com crescimentos de faturação importantes e que, numa das áreas, mais do que duplicou.
O volume de negócios da consultora manteve-se estável face ao ano anterior, tendo sido o ano mais difícil da última década para o mercado imobiliário, em que se registaram níveis mínimos de investimento e não foram inaugurados centros comerciais ou retail parks.
Pedro Lancastre, diretor geral da Jones Lang LaSalle, sublinha: "O mercado imobiliário absorve, obviamente, todos os reflexos da conjuntura económica que se vive e 2012 foi um ano recorde pela negativa, com a estagnação do mercado de centros comerciais, níveis de investimento residuais, os escritórios a manterem absorções abaixo dos 100 mil m2 e queda nas vendas de casas".
E acrescenta: "Foi um cenário difícil o que vivemos, mas conseguimos manter o volume de negócios, uma vez que a nossa estratégia está perfeitamente adaptada a este momento que atravessamos, com uma aposta crescente nas áreas menos dependentes de transações. É assim que vamos continuar nos próximos tempos, pelo menos enquanto os investidores institucionais estiverem de costas voltadas para Portugal e enquanto a economia não começar a crescer. A exceção para tudo isto é o comércio de rua em zonas de maior prestígio da cidade de Lisboa."
Em relação a 2013, Pedro Lancastre, afirma: "Queremos consolidar o negócio nas áreas tradicionais, obviamente com as limitações inerentes à própria atividade do mercado. E vamos apostar de forma reforçada nas áreas de arquitetura e de consultoria estratégica, na qual pretendemos mostrar que com criatividade podemos ajudar a solucionar problemas de funcionamento, posicionamento e exploração dos ativos imobiliários dos nossos clientes. Além disso, temos planos para dar alguns passos na internacionalização. Depois de trabalhos desenvolvidos em Angola, estamos a fazer uma aposta forte no mercado imobiliário de Moçambique, embora estejamos ainda a estudar os moldes e os timings mais concretos para o fazermos".
Fonte: OJE
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