06 fevereiro 2013

CBRE: Comércio de rua de Lisboa em contra ciclo com o País


O índice de volume de negócios no comércio a retalho para o conjunto do ano 2012 diminuiu 6,7%, ou seja, uma quebra idêntica à já registada no ano anterior, de acordo com os recentes dado divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística - INE. 

As dificuldades em que se encontram os operadores e o número crescente de lojas disponíveis no País têm conduzido a um decréscimo generalizado no valor das rendas dos espaços comerciais. Exceção à regra são os casos dos melhores centros comerciais e das melhores ruas de comércio no território português. Assiste-se, assim, a uma cada vez mais acentuada polarização do mercado, onde só está bem uma percentagem muito residual do setor.



Os espaços de comércio de rua de Lisboa localizados na Avenida da Liberdade e na Rua Garrett (Chiado) são a única classe de ativos imobiliários que registou, nos últimos cinco anos, um acréscimo no valor da renda, tendo aumentado no início de 2012 para 85 euros/m2/mês. Esta situação resulta do elevado poder de compra dos turistas que visitam Lisboa, levando à consequente boa performance dos lojistas situados nestas artérias mais movimentadas da cidade, assim como uma reduzida disponibilidade de lojas para ocupar nestes locais.

Nos centros comerciais prime da zona de Lisboa, salvo alguns períodos de oscilação, a renda tem-se mantido nos 85 euros/m2/mês desde o pico do mercado.

Já no Porto, nem as principais ruas de comércio da cidade foram imunes à crise em que vive o País, e o valor da renda prime desta localidade reduziu para 25 euros/m2/mês no final do ano.

O formato dos retail parks tem sido o mais afetado pela conjuntura económica e financeira, em particular devido à escassez de insígnias que ocupam espaços comerciais deste tipo, com áreas de grande dimensão. Tem-se, deste modo, assistido a um decréscimo gradual no valor da renda prime destes imóveis, que se traduziu numa redução de 10% em 2012.

Para os próximos tempos, prevê-se uma estabilização do valor das rendas prime. No entanto, para a generalidade do mercado, os proprietários de espaços comerciais deverão continuar a enfrentar dificuldades na ocupação das lojas e, consequentemente, terão de reduzir as rendas, aumentar o número de contratos com base na renda variável (em consequência da diminuição da componente fixa) e a conceder mais incentivos para atrair retalhistas.


Por Cristina Arouca, Associate diretora na CBRE

Fonte: OJE

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