Este ano ficará marcado pela gradual recuperação no setor na Europa, que se prepara para progredir em 2014. Mas, com os segmentos de arrendamento ainda estagnados, permanece a clara divisão entre o norte e o sul do continente, avança a CBRE.
O corrente exercício vai ficar marcado pela gradual recuperação do desempenho económico e da confiança das empresas, de modo a preparar o setor imobiliário europeu para uma retoma mais consolidada em 2014, declara a CBRE.
A consultora adianta que, em 2012, os mercados imobiliários europeus enfrentaram uma conjuntura económica difícil, agravada pelo receio de desmembramento do euro no primeiro semestre, bem como pela estagnação e queda da produção no continente no final do ano. Adianta que o atual exercício começou de forma mais positiva, com o retrocesso da ameaça de desintegração do euro, juntamente com notícias encorajadoras da China e dos EUA a sustentarem indícios de melhoria no clima de confiança. No entanto, a CBRE mantém-se cautelosa quanto ao impacto que esta situação terá nos mercados de arrendamento e de investimento no curto prazo, sendo "os ativos secundários de melhor qualidade e em localizações prime os que mais deverão beneficiar do ambiente de maior confiança".
Divisão norte/sul
Assim, os mercados de arrendamento deverão manter-se relativamente estagnados ao longo deste ano, com o crescimento das rendas "muito provavelmente confinado a um número restrito de destinos prime de retail e escritórios, em que a procura excede a oferta". Apesar de ser expectável que a procura e as rendas de espaços industriais sejam niveladas em 2013, a consultora aponta os novos requisitos para sustentar as estratégias de retalho multicanal como uma oportunidade em potencial. Os mercados de arrendamento e de investimento na Europa continuarão a mostrar uma nítida divisão norte/sul, devendo as localizações core no norte registar estabilidade, ou mesmo subidas de preços, nos ativos prime.
A intensificação da polarização entre imóveis prime e secundários foi um tema central em 2012, sendo que, este ano, "a questão consiste em perceber se será atenuada". Porém, mesmo que a disponibilidade de financiamento para imóveis secundários cresça no próximo ano, a CBRE considera que esta evolução não deverá ser significativa, o que significa que as perspetivas para estes ativos são condicionadas pela situação económica da região. Porém, a melhoria do panorama para "os ativos secundários com melhor qualidade e em mercados mais fortes, que começaram a ser alvo de maior interesse no final de 2012, deverá continuar em 2013".
Neil Blake, diretor do departamento de research do Reino Unido e região EMEA da CBRE, declara que "as previsões económicas ainda apontam para um ano difícil, mas muitos dos inconvenientes diminuíram, principalmente pelos receios relativos ao desmantelamento da Zona Euro". O responsável acrescenta que "a confiança do mercado é essencial. Se a tendência de indicadores positivos persistir, é expectável que se registe maior crescimento económico e melhores condições" no setor, mas "pode ser necessário esperar até 2014 para se observar sinais de progresso significativo".
Peter Damesick, chairman do departamento de research da região EMEA da consultora, sublinha que os mercados de arrendamento e investimento no imobiliário europeu "continuarão a mostrar acentuadas disparidades norte-sul em 2013, devendo os mercados core do norte registar estabilidade, ou mesmo melhorias, nos preços dos imóveis prime". Para a maioria do mercado secundário, "parece ser demasiado cedo para pôr fim ao alargamento do intervalo das yields (taxas de capitalização) relativamente ao imobiliário prime, mas a tendência dos bons ativos secundários em mercados mais fortes atraírem maior interesse de investimento deverá ganhar ritmo em 2013", conclui.
Fonte: OJE
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