Participada da Parpública contratou operador internacional para vender imóveis arrendados. Entidades públicas devem-lhe 62 milhões de rendas.
O grupo Sagestamo, que gere o parque imobiliário do Estado, contratou, em exclusividade, um operador internacional para colocar e alienar junto de investidores cerca de 140 milhões de euros em imóveis arrendados. No relatório anual de 2012 da Parpública, grupo que integra a Sagestamo é ainda referido terem sido iniciadas negociações com investidores nacionais e internacionais para alienação de imóveis diretamente ou através de parcerias para o seu desenvolvimento urbanístico.
Os imóveis do Estado são, neste momento, razão de preocupação para as Finanças, depois do agravamento do défice de 2012 em consequência da injeção de 750 milhões de euros que a "holding" do Estado teve de fazer na sua participada. Como explica o relatório da Parpública, a contração do mercado imobiliário verificada nos últimos anos "teve forte impacto nas condições gerais de financiamento do grupo, e acabou por tornar inadiável o reforço em cadeia dos capitais próprios da empresa-mãe e da Estamo, através do aumento do capital social por incorporação de suprimentos efetuado já no final do ano, no valor de 750 milhões de euros".
Segundo uma análise do Tribunal de Contas do final do ano passado, dos 1.438 milhões de euros de receitas com vendas de imóveis que o Estado arrecadou entre 2006 e 2011, 1.381 milhões vieram de vendas a empresas públicas, que estavam fora do perímetro de consolidação, como a Sagestamo, a Estamo, a Lazer e Floresta e a Baía do Tejo.
No ano passado, de acordo com o relatório da Parpública, as vendas de imóveis da Sagestamo escrituradas ascenderam a 34,7 milhões de euros, menos de metade dos 74,8 milhões obtidos em 2011. Pelo contrário, no arrendamento o grupo aumentou os proveitos, que passaram de 44,2 milhões de euros em 2011 para 51,8 milhões no ano passado, num total de 164 contratos em vigor.
Para 2013, o grupo diz não esperar alterações de fundo ao modelo de intervenção. Como afirma no documento, por um lado, não estão previstas aquisições de património imobiliário público e, por outro, espera um maior dinamismo das vendas em consequência da contratação do operador internacional para alienar um pacote de imóveis em carteira.
O grupo acredita ainda num aumento das receitas pelo incremento do pagamento por parte das várias entidades públicas das dívidas de rendas e indemnizações por ocupação, que no final de 2012 atingiam os 61,6 milhões de euros.
Fonte: Negócios
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