A Luximo’s-Christie’s pretende captar €100 milhões para os vários produtos de luxo que tem em carteira, com destaque para solares e quintas no Douro e no Minho.
Solares e palacetes situados em ambiente rural ou citadino, apartamentos e moradias com vista para o mar ou para o rio, quintas no Douro e no Minho que podem ir de um a 300 hectares e custar entre €500 mil e €10 milhões, e até um ou outro convento ou mosteiro. Estas são as jóias que a Luximo’s está a colecionar para o seu portefólio desde que, há cerca de um mês, firmou parceria com o ramo imobiliário da famosa leiloeira Christie’s.
Integrada num grupo de mediação imobiliária nortenho com dez anos de atividade, a Luximo’s foi especialmente criada para acolher a aposta da Christie’s International Real Estate, que recentemente decidiu virar a sua atenção para o Porto e zona Norte de Portugal. A reação foi imediata no terreno, com um grande afluxo de proprietários a mostrarem vontade de negociar com os representantes de uma marca internacional que conta com quase 1.050 escritórios no mundo inteiro.
“Devemos ter neste momento cerca de 100 produtos em carteira, mas contamos ter, num ano, não menos de 600 propriedades nestes diferentes segmentos de luxo”, destaca Ricardo Alves Costa, diretor-geral e fundador da Luximo’s, convicto de que a imobiliária que lidera vai conseguir captar, em 2014, “investimentos globais superiores a €100 milhões”.
O grosso da atividade é e deverá continuar a ser a componente residencial, responsável por cerca de 60% da carteira em formação, integrando apartamentos de luxo com vista rio ou mar e moradias desafogadas. “São peças imobiliárias de requinte em ambiente de cidade (Porto, Foz, Boavista, algumas zonas de Matosinhos), mas também por toda aquela faixa costeira até Caminha, Moledo, Viana do Castelo onde temos, igualmente, quintas, condomínios fechados ou solares”, revela Ricardo Alves Costa.
Os solares representam cerca de 10% da carteira. Deste tipo de imóveis há muitos tipicamente minhotos no portefólio da Luximo’s, nem todos com terrenos associados. Dependendo do grau de conservação, “podem custar de meio milhão a dois a três milhões de euros”.
Os restantes 30% de produtos são preenchidos pelas quintas. Entre elas, as mais valorizadas são as grandes propriedades do Douro com aptidão para a produção de vinho daquela que é a primeira região demarcada do mundo (criada em 1756 pelo Marquês de Pombal). Mas também há muita oferta localizada no Vale do Sousa, sobretudo na zona de Marco de Canavezes, que integra a região do vinho verde.
“Nem todas são de base vinícola, também há outras culturas, associadas ou não ao vinho, como a nogueira ou o olival”, diz o diretor-geral da Luximo’s, acentuando a variedade de opções colocadas aos potenciais compradores.
As vinhas são o grande atrativo em termos da oferta mais bucólica e rural. A sua disponibilização para venda no mercado internacional está em crescimento acelerado depois de a Christie’s Real Estate ter colocado, este ano, o Porto e o Norte de Portugal na sua restrita lista de destinos mundiais ligados à produção de vinho com direito a promoção através de um serviço exclusivo para investidores internacionais. Este serviço, designado Vineyards by Christie’s, tem sede em Hong-Kong, mas opera em estreita ligação com os escritórios da leiloeira no mundo inteiro.
Só para estrangeiros
Ricardo Alves da Costa confirmou não só o interesse já manifestado pelos potenciais clientes estrangeiros pela nova opção, mas também o enorme caudal de quintas que tem chegado às suas mãos quase sem esforço de angariação. “Chegaram-nos propostas do Minho, muitas do Douro, sobretudo entre a Régua e o Pinhão, da zona de Marco de Canavezes também há imensas propostas”, adiantou aquele responsável.
Quanto à origem dos potenciais investidores estrangeiros, ela é variada. De tal forma que em breve a imagem de chineses a produzirem vinho numa quinta do Douro poderá deixar de ser tão estranha quanto a de um português a traduzir livros de Confúcio na China.
“O que se passa é que eles fazem o investimento — num processo em que também está associado o golden visa — porque sabem que é reprodutivo e que têm canais abertos para vender o vinho produzido no Douro no país deles. E é um vinho saído daquela que é a primeira região demarcada do Mundo, uma cultura e História valorizada pelos compradores”.
Além de cidadãos endinheirados do país mais populoso do mundo, também há angolanos, brasileiros, franceses e, claro, ingleses — que fazem parte da história do vinho do Porto — interessados em comprar um pedaço de terra no Norte vinhateiro.
As motivações podem, contudo, variar, desde um impulso ligado ao glamour do vinho e do inerente estilo de vida à intenção mais relacionada com o negócio da comercialização — sendo que este último objetivo parece ser mais claramente assumido no caso dos investidores dos países emergentes.
Quanto a compradores nacionais, Ricardo Alves da Costa é claro: “Não perspetivo vender quintas no Douro a portugueses”. Na verdade, a presença de residentes lusos na procura de produtos imobiliários da Luximo’s, segundo o seu diretor, está limitada a cerca de 30%, fatia que diz respeito, essencialmente, à componente residencial.
“O nosso cliente-alvo não está cá, mas sim nos 1.050 escritórios da Christie’s”, confirma aquele responsável. A Christie’s International Real Estate vendeu, em 2012, em todo o mundo, €60 mil milhões em imóveis de luxo.
Fonte: Expresso
0 comentários:
Enviar um comentário
Obrigado pelo seu comentário.