A Associação Industrial Portuguesa (AIP-CCI) e a Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) assinaram na quinta-feira um acordo de parceria com o intuito de desenvolverem um plano de concertação de acções de apoio à reabilitação urbana e internacionalização da construção e imobiliário.
No que diz respeito à reabilitação urbana, entre as ações previstas é de salientar o projeto ReUrbe que as duas entidades submeteram ao programa COMPETE, que inclui a criação de um portal nacional que vai disponibilizar informação e conhecimento existentes no país sobre essa área.
No mesmo âmbito, vão ser elaborados três projetos piloto que incluirão a elaboração do plano estratégico, levantamento cadastral e análise de viabilidade económica e financeira. “A reabilitação urbana é fundamental para dinamizar a procura no sector e representa uma procura fragmentada e não de grandes obras, que acaba por ter uma incidência com efeitos regionais e locais muito importantes”, explica o presidente da AIP, José Eduardo Carvalho, sublinhando a importância do investimento na área, dado o “impacto que tem na atratividade e no turismo”.
O responsável lembra ainda que o sector da construção representa 18,2% do PIB com um volume de negócios de 8,7 mil milhões euros, que emprega 610 mil trabalhadores, mas que perdeu 350 mil postos de trabalho, representando 23% do desemprego total. Por isso, “necessita que todas as associações que têm associados da fileira da construção, concentrem esforços e conjuguem ações e atividades para estancar esta hemorragia e criar condições para a sua redinamização”. Mas, na sua opinião, as consequências do processo de ajustamento neste sector foram mal avaliadas. “As implicações das insolvências na construção noutras atividades (cerâmica, mobiliário, etc.) foram dramáticas”, reforça.
A internacionalização também está integrada no acordo, porque “constitui uma das estratégias de sobrevivência e redinamização do setor, já que há um segmento na construção que está fortemente internacionalizado”. Dos 8,7 mil milhões do volume de negócios, 75% estão em África, e destes, 50% em Angola, mas as empresas de menor dimensão têm grandes dificuldades em iniciar e concretizar processos de internacionalização. “Face à atual situação de descapitalização e de solvabilidade, a maioria das empresas, acabam por ficar excluídas desses processos”, explica o presidente da AIP, justificando que o acordo de parceria prevê o apoio a firmas no acesso aos mercados internacionais, que, por sua vez, deve ser acompanhado por outro nível de intervenção mais vasta que passa pela promoção da imagem da construção nos mercados com maior potencial, como por exemplo a participação em certames especializados na área do imobiliário ou em campanhas de marketing sectorial mais dirigidas.
Estas foram as razões que levaram à celebração deste acordo, que prevê também o acesso das empresas do setor ao futuro QREN. Nomeadamente a conferência de Toledo veio afirmar que a regeneração urbana será um dos próximos pilares do quadro comunitário de 2014/2020.
Fonte: iOnline
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