A mediadora imobiliária Century 21 realizou o ano passado 4,9 mil transações de venda, contra quatro mil registadas em 2011, o que significa um crescimento de 22%.
Só os imóveis da banca representaram 25% das transações realizadas. Mas o desenvolvimento do mercado de arrendamento também contribuiu para os resultados da empresa. Em 2012 registou 4950 transações neste negócio, face às cerca de quatro mil realizadas em 2011.
Contudo, devido à redução dos preços médios dos imóveis (passaram de 120 mil em 2011 para 85 mil em 2012), o volume de faturação da mediadora caiu ligeiramente, atingindo um acumulado superior a 10,2 milhões em relação aos 10,4 milhões do ano anterior, ou seja, menos 15%.
“Estes resultados são explicados pela restrição e consequente diminuição do número de créditos à habitação, o que, por sua vez, levou a que 50% das vendas tenham sido efetuadas sem recurso ao crédito”, afirma o diretor-geral da mediadora, Ricardo Sousa. Apesar da crise, há tantas compras a pronto porque “cada vez mais, os portugueses estão conscientes de que nos encontramos numa zona segura de investimento e estamos num excelente momento para comprar, seja pela consequência do elevado número de famílias com urgência em vender as suas casas, o que cria oportunidades únicas de aquisição pelos valores praticados, seja pela forte procura de arrendamento e pela oportunidade que cria para pequenos investidores rentabilizarem as suas poupanças”, justifica.
O crescimento das transações da Century 21 deve-se não só à cada vez maior procura de um serviço especializado, como também devido à conjuntura atual. Ricardo Sousa lembra que as empresas de mediação imobiliária menos estruturadas e menos profissionais abandonaram a atividade, permitindo que outras tivessem mais trabalho. “Como hoje o número de transações imobiliárias mediadas por um profissional imobiliário passou de 45% em 2009 para mais de 60% actualmente, existe mais negócio a ser mediado num universo com menos mediadoras imobiliárias.”
Entrevista a director-geral da Century 21, Ricardo Sousa
“As novas regras para as rendas antigas poderiam ter sido mais ambiciosas ”
Considera que o aumento do IMI poderá estar a contribuir para uma maior procura do arrendamento?
Não é determinante. O arrendamento é a alternativa possível para as famílias que não conseguem aceder a um crédito à habitação e este factor não está a ser decisivo na opção pelo arrendamento.
Qual a análise que faz da nova lei do arrendamento?
As novas regras poderiam ter sido mais ambiciosas no que diz respeito às rendas antigas, para acelerar o processo de ajuste dos valores das rendas e desocupação dos imóveis, de modo a aumentar a oferta no mercado de arrendamento e permitir uma reabilitação dos centros urbanos.
A legislação responde às inquietações tanto dos senhorios como dos proprietários?
É um bom ponto de partida, mas o mercado de arrendamento tem de ganhar mais dinâmica para podermos avaliar a evolução a seguir na legislação.
A Century 21 está a ponderar algum produto que proteja os inquilinos, da mesma maneira que criou o produto Renda Segura para os proprietários?
Nesta fase é fundamental dinamizar o lado da oferta. Por esse motivo, ainda não estamos a equacionar outra solução mais direcionada para o inquilino.
O mercado poderá assistir a novas fusões entre mediadoras?
A concentração neste sector é inevitável e necessária. O mercado, no curto prazo, irá evoluir para cerca de três redes de nível nacional, com 120 a 150 lojas.
Fonte: iOnline
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