18 julho 2013

Condições atrativas de financiamento estimulam aquisição de lojas


O segmento do comércio de rua mostra alguma animação, o que permite que continuem a existir investidores interessados em comprar lojas.
O comércio de rua continua a demonstrar um crescimento significativo no nosso país, em contraciclo com a indústria dos conjuntos comerciais. Um facto que permite que haja, atualmente, uma maior procura das lojas para arrendamento. 

Contudo, “em muitas ocasiões conseguimos transitar de uma situação de arrendamento para uma situação de aquisição, simplesmente porque provamos ao cliente que a aquisição é a solução mais interessante em termos financeiros”, explica Ricardo Sousa, administrador da Century 21 Portugal.

Na sua opinião, a aquisição de espaços de loja é mais interessante por três motivos simples: “o preço de venda, as condições especiais de financiamento e, nos casos em que o financiamento é obtido através de leasing imobiliário, a isenção de pagamento de IMT”.

Já Miguel Poisson, diretor geral da ERA Portugal, considera que “os bancos têm condições de financiamento muito agressivas na venda dos seus imóveis. É aqui que a ERA, na qualidade de mediador imobiliário, entra em ação e aconselha o cliente final de forma imparcial”. 

Na sua opinião, o facto de deterem protocolos institucionais com a maioria dos bancos, conseguem, igualmente, “garantir vendas com financiamento até 100%, spreads bastante abaixo dos praticados no mercado e várias outras vantagens, como por exemplo, a isenção do custo de avaliação e de dossier”.

Para João Martins, diretor-geral no grupo RE/MAX, enquanto no segmento residencial a transação é mais emocional, estes imóveis têm um processo de transação que é mais racional. “O tipo de cliente deste segmento procura, acima de tudo, melhorar as suas despesas fixas e opta, quase sempre, pelo fator preço. A maioria das transações são diretas ao cliente final, mas há, também, investidores a escolher imóveis para arrendamento comercial, onde procuram ter retorno com taxas de rentabilidade atrativas”.

Na sua opinião, “na grande maioria das vezes são praticados valores de mercado, mas podem existir descontos de pronto pagamento ou volume de transações, no caso de serem investidores”.

Miguel Poisson acrescenta que, “como existe mais oferta do que procura destes imóveis, acabamos por sentir que os proprietários estão mais abertos a reduzir o preço de venda, o que faz com que hoje em dia tenhamos muitos destes imóveis 20 a 30% abaixo do valor praticado há um ou dois anos”.

A ERA desenvolve, também, “ações específicas de venda muito agressiva como é o caso dos leilões ou de outras ações comerciais que possibilitam aos compradores excelente oportunidades de compra”, adianta o responsável.

Arrendamento com opção de compra

Na generalidade os imóveis não habitacionais, colocados no mercado, são para venda. “No entanto, algumas entidades bancárias têm uma parte da sua carteira para arrendamento com opção de compra. Em casos pontuais, embora o imóvel esteja só para venda, se a proposta de arrendamento for interessante em termos de prazo, valor de renda e qualificação do cliente, o banco pode optar pelo arrendamento”, esclarece Ricardo Sousa da Century 21.

Tendo em conta que a oferta é muito superior à procura, os imóveis são efetivamente vendidos e arrendados a preços apetecíveis. Na base de dados da ERA, dos 150 mil imóveis, mais de 12 mil são espaços comerciais com valor de compra de 3500 euros até quase cinco milhões de euros. Os valores de arrendamentos variam entre 70 euros por mês (ex: loja em Famalicão) até mais de 30 mil euros por mês (ex: zona Amoreiras). Refira-se que muitos destes imóveis são detidos pelos bancos.

Imobiliárias estão atentas aos negócios no segmento não residencial

“Este é um segmento que está em crescimento e que está a ser acompanhado pela RE/MAX Portugal, garante o responsável. Acrescenta que a RE/MAX Portugal está a preparar um staff para acompanhar, de uma forma ainda mais profissional, este “novo” segmento, havendo formação especifica a agentes da rede para se especializarem nesta área.

Também as 180 lojas da rede ERA estão, igualmente, “empenhada na venda de espaços comerciais, escritórios e outros ativos que, de uma forma geral, a banca tem mais dificuldade em vender, incluindo os lotes de terreno”. Acrescenta que, “a este respeito, temos sido proactivos e temos vindo a desenvolver alguns serviços que potenciam a vendas do ativos que mais dificilmente são escoados no mercado. 

Por seu lado, a Century 21 diz que tem “plena consciência de que os imóveis do segmento não habitacional têm cada vez mais peso nas carteiras de desinvestimento dos bancos”. Por isso, acrescenta, “conta com uma equipa vasta de especialistas, de forma a termos uma maior cobertura geográfica e, dessa forma, estarmos aptos a dar resposta aos nossos parceiros no escoamento desta tipologia de produto”.

Millennium bcp disponibiliza condições preferenciais na aquisição

As lojas, escritórios e os armazéns que o banco tem disponíveis, “representam, pela sua diversidade regional e de dimensão, sem dúvida novas e boas oportunidades para começo de novos negócios, numa vertente de empreendedorismo”, considera José Araújo, diretor do Millennium bcp.

Alertando para as condições preferenciais, quer em leasing quer em crédito direto, o responsável adianta que os imóveis comerciais e de serviços, que a banca está a vender, são excelentes oportunidades para as empresas em fase de expansão de instalações, para as que estão a crescer e a exportar mais, para outras que estão a redimensionar a atividade, devido à crise, e querem diminuir custos e, ainda, para as que estão a deslocalizar-se.

Na opinião de José Araújo, a aquisição dos imóveis da banca, são, ainda, “uma alternativa ao arrendamento face às excelentes condições de crédito, nomeadamente através do leasing”.


Fonte: Público

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