07 julho 2013

Quase 20% dos prédios que estão em fundos não dão dinheiro


O número de imóveis vazios nas carteiras dos fundos de investimento imobiliários institucionais (sem habitação) desceu ligeiramente em relação a 2011, mas mesmo assim, quase 20% desses ativos ainda estão desocupados e, como tal, não estão a render dinheiro.

De acordo com os dados do Invesment Property Databank (IPD), que pertence à Morgan Stanley, esta realidade é mais evidente nos edifícios de escritórios, cuja taxa de desocupação chega aos 24,2%, e também nos armazéns, onde atinge 23,9%. Aliás, “quando ficam vazios, estes imóveis industriais e de logística são os que demoram mais tempo a arrendar”, disse ao Dinheiro Vivo Pedro Coelho, o administrador da gestora de fundos Square Asset Management.

Contudo, alerta o IPD, tanto nos escritórios como na indústria houve uma descida do número de espaços vazios em relação a 2011. A taxa de desocupação apenas cresceu nas lojas, seja em centros comerciais, na rua ou nos retail parks, passando de 12% para 14,3%.

Segundo Pedro Coelho, esta situação não é mais do que um efeito da crise económica, que tem levado uma série de empresas e indústrias a fechar. Mas adianta que pior do que não estarem a ter rendimento é o facto de estes imóveis vazios terem custos de manutenção e gestão ou ainda as contas da luz, água e gás. “Além disso, os imóveis estragam-se mais se estiverem fechados.”

Estes encargos fixos são, aliás, um dos responsáveis pela quebra de liquidez destes fundos, onde já há menos investidores a aplicar dinheiro. “O mercado está muito parado porque os fundos imobiliários têm pouca liquidez. Há menos resgates e menos investidores estrangeiros a ir embora do que no início da crise, mas há muitos imóveis vazios que têm custos e não estão a dar dinheiro”, comentou Pedro Coelho.

Ainda assim, os ganhos médios dos 37 fundos, apesar de baixos, têm-se mantido estáveis nos últimos cinco anos. Segundo os dados do IPD, a rentabilidade dos 921 fundos portugueses foi de 0,8% do capital aplicado. Estes fundos, que valem 8,3 mil milhões de euros, são geridos por 24 entidades, como a Square Asset Management, Sonae Sierra, Fundbox ou BPI Gestão de Ativos. Destas, é a Square que se destaca por gerir o fundo Património Crescente da Caixa de Crédito Agrícola, que apesar de ser um fundo pequeno, com 200 milhões de euros de ativos, foi distinguido, nos últimos três anos consecutivos, por ter as rentabilidades mais elevadas de Portugal e Espanha (3,6%). Além disso cresceu em número de investidores (sete mil) e a taxa de espaços vazios é de apenas 1,9%.

Imóveis mais baratos
Pedro Coelho constata que o mercado tem estado mais parado, mas que há já alguns sinais de melhorias. “Os investidores estrangeiros estão novamente a começar a olhar para Portugal”, garante, uma vez que os preços dos edifícios estão mais baixos. Por exemplo, no Parque das Nações há quebras de 30% e na Avenida da Liberdade de 20%.

Quer isto dizer que os investidores podem aproveitar agora para investir porque aplicam menos dinheiro, mas têm a mesma rentabilidade, ou porque as rendas não se alteraram ou porque os contratos são de longo prazo. 

Fonte: Dinheiro Vivo

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