Um programa de reabilitação urbana com fundos comunitários, incidindo na resistência sísmica e aproveitando o potencial de energia solar de Lisboa, é uma das bandeiras do candidato socialista a um novo mandato na Câmara de Lisboa, António Costa. "Um grande programa que temos de lançar, mas para o qual o Governo não pode deixar cair a negociação com a União Europeia [para o próximo período de fundos comunitários], é fazer um investimento no edificado para melhoria da eficiência energética e reforço a calamidades naturais", sublinhou o candidato do PS, na apresentação do seu programa eleitoral.
Por outro lado, recordou, Lisboa "é a cidade europeia com maior número de horas de exposição solar durante o ano", o que permite "montar um forte programa de reabilitação urbana que permita resgatar a cidade do estado em que se encontra" a nível do edificado.
Afirmando as suas opções como "em contraciclo" com as do Governo, António Costa afirmou que estes programas podem ser um "fortíssimo impulso" para a economia nacional, dado o "grande peso" da indústria da construção (e dos materiais necessários) em Portugal.
Na área do emprego, e admitindo que "é o maior drama do país", afirmou que "não é possível ficar de braços cruzados à espera que a Europa e o Governo mudem".
"Nós até queremos que o Governo mude, mas temos de fazer alguma coisa entretanto. Temos de adotar uma política amiga do investimento, de desburocratização e de aposta no empreendedorismo", defendeu António Costa.
Entre as propostas do socialista estão ainda a criação de urna "praça em cada bairro" de Lisboa para que os bairros sejam "áreas de grande qualidade", a requalificação dos cemitérios da capital. António Costa voltou a defender a transferência da gestão dos transportes públicos para os municípios.
"É urna batalha central que ternos de travar. Temos de retirar das mãos do Governo a gestão dos transportes públicos", afirmou.
Ainda na mobilidade, "outra batalha" é a mobilidade pedonal: "A calçada faz parte do património histórico da cidade e é impensável prescindir da nossa calçada artística na Baixa, na Avenida da Liberdade (...), mas não é possível continuar a torturar as pessoas que têm de subir as escorregadias encostas inclinadas da cidade", disse.
António Costa defendeu ainda a necessidade de "urna nova geração de programas de habitação" que incluam, por exemplo, uma bolsa de arrendamento jovem.
O candidato recordou a reforma administrativa para afirmar que a descentralização de competências, como a limpeza urbana, para as juntas de freguesia traz urna "nova oportunidade" para um "espaço público animado, limpo e seguro".
A área da limpeza e higiene urbana foi considerada uma das que mais necessitam de intervenção no próximo mandato por um total de mais de 3.000 pessoas que responderam a um apelo de participação da candidatura socialista, informou hoje a candidata pela lista de Costa à presidência da Assembleia Municipal de Lisboa.
Helena Roseta sugeriu ainda a criação de "novos direitos urbanos", como ao silêncio, ao rio Tejo, aos bons equipamentos e á limpeza.
Além da candidatura liderada por António Costa, concorrem à câmara da capital nas eleições de 29 de setembro o PSD/CDS-PP/MPT (Fernando Seara), a CDU (João Ferreira), o BE (João Semedo), o PPM/PND/PPV (Nuno Correia da Silva), o PCTP/MRPP (Joana Miranda), o PAN (Paulo Borges) e o PNR (João Patrocínio).
Fonte: Económico
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