22 setembro 2013

"O primeiro semestre no mercado dos escritórios foi um desastre"


O negócio de arrendamento de escritórios voltou a bater os mínimos históricos. Entre janeiro e junho deste ano o volume de arrendamentos na Grande Lisboa passou pouco dos 25 mil m2, distribuídos por 85 negócios, diz um estudo da Cushman & Wakefield.
"Trata-se do valor de procura mais baixo desde que há registo deste indicador, representando uma quebra de 28% face ao período homólogo de 2012", pode ler-se no documento apresentado à imprensa.

"O primeiro semestre no mercado dos escritórios foi um desastre", disse a responsável do departamento de research da Cushman & Wakefield, Marta Esteves Costa, acrescentando que as perspectivas para os próximos meses são igualmente pessimistas e "preocupantes", principalmente dado o elevado nível de desemprego que atinge o país.

É que além de haver poucas transações, há também menos projetos novos em curso. De acordo com o estudo estão em construção até 2015 cerca de 75 mil m2 de escritórios, onde se incluem a nova sede da EDP na 24 de julho ou o projeto da Temple, Nova Campolide.

Contudo, diz Marta Esteves Costa, há uma consequência positiva nesta situação e que é o facto da taxa de desocupação - o número de escritórios vazios - se manter estável nos 12,5%. A taxa é elevada, repara a responsável, mas não sofreu alterações porque "os projetos que entram no mercado não são especulativos e já têm todos inquilinos".

Estáveis estão também os valores de mercado, nomeadamente as rendas que também neste semestre. O que se nota, diz Marta Esteves Costa, é a existência de maiores períodos de carência, "que podem chegar aos 12 meses", mas nunca na zona da Avenida da Liberdade, que é a mais cara e uma das mais procuradas.

Contudo, como começa a haver falta de espaços nesta rua, a maior procura no primeiro semestre recaiu mesmo sobre a zona do Parque das Nações onde não só há vários edifícios novos, como as rendas começaram a baixar devido à elevada taxa de desocupação.

Fonte: Dinheiro Vivo

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