“O objetivo é que as pessoas usem as casas ou os apartamentos num fim de semana ou numas miniférias, conheçam o espaço e a zona, e que depois isso se repercuta em vendas. Estamos a fazer isto desde meados de 2013 e já tivemos resultados”, explicou o administrador da empresa, António Duarte Guerreiro.
E acrescentou: “Entrámos numa terceira fase neste sector. Primeiro as pessoas compravam as casas ainda em planta, depois só quando estavam prontas, mas agora até já têm de as experimentar antes.”
Contudo, nem todas as casas destes empreendimentos em Tavira, no Algarve, estão disponíveis nesta modalidade. No Convento das Bernardas só 30 das 60 casas que ainda estão à venda é que foram colocadas para arrendamento turístico e no Lux Tavira foram apenas 20.
Para Duarte Guerreiro, esta opção foi melhor do que, por exemplo, mexer nos preços - que nos apartamentos do Convento das Bernardas vão até 350 mil euros e no Lux Tavira começam nos 198 mil euros para os apartamentos e nos 300 mil para as moradias. “Baixar os preços é um recurso perigoso porque depois o cliente pensa sempre que pode descer ainda mais”, explicou.
Apesar de a estratégia ajudar a recuperar algum investimento, o mesmo responsável admite que os arrendamentos para férias apenas compensam “em parte” as perdas de receitas que a Entreposto Imobiliária tem tido por causa da crise. O restante, diz, é compensado pelo universo em que a empresa está inserida, o Grupo Entreposto, do sector automóvel.
“O grupo tem capacidade para esperar que o mercado recupere”, diz, ressalvando que os primeiros sinais de recuperação poderão aparecer já em 2014. “Estes produtos no Algarve têm público lá fora.” Clientes que, na sua maioria, são investidores europeus que já voltaram a ter liquidez ou novos compradores, como os chineses. Não é por isso de admirar que o site do Convento das Bernardas tenha uma opção de visualização em chinês.
O convento de Souto de Moura
O Convento das Bernardas é um edifício com mais de 500 anos que estava em ruínas e que a Entreposto Imobiliário decidiu reabilitar e transformar em habitação. Para isso, convidou o arquiteto Eduardo Souto de Moura, que desenhou um empreendimento de luxo com 76 apartamentos que se assemelham a moradias com pequenos jardins e estacionamento, e ainda duas piscinas comuns de água salgada. Representando um investimento de 19 milhões de euros, as obras arrancaram em meados de 2009 e o projeto ficou concluído em 2012, uns anos mais tarde do que o previsto. Mas mesmo em tempo de crise, o empreendimento chegou ao final de 2013 com cerca de 20% das casas vendidas, o que representa cerca de 16 apartamentos e moradias, disse Duarte Guerreiro.
Fonte: Dinheiro Vivo
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