11 abril 2014

Mais quatro bancos baixam spreads na habitação em Abril


O maior banco português, a Caixa Geral de Depósitos, reviu o "spread" mínimo na habitação no início deste mês, de 3,5% para 2,5%. E não foi o único. Depois de já terem feito cortes expressivos nos "spreads" mínimos em Dezembro, o Popular e o Crédito Agrícola voltaram a cortar custos apenas quatro meses depois. Uma tendência que começa a ser transversal ao mercado, onde seis dos 12 maiores bancos já reviram os "spreads" cobrados na habitação desde Dezembro.


Após mais de dois anos com níveis de "spreads" historicamente elevados, os sinais de alívio das condições de acesso ao crédito à habitação começam a ganhar tracção. Também o BES, que em Julho de 2013 foi o primeiro banco nacional a rever o "spread" mínimo, estendeu agora a revisão aos limites máximos, que recuaram em Abril de 6,5% para 5,8%. A maioria das revisões está, no entanto, a ser feita, para já, nos limites mínimos, ou seja, para os clientes que apresentam os menores níveis de risco para os bancos. Por exemplo, o banco Popular que voltou a descer o "spread" mínimo este mês optou por deixar inalterado o custo máximo.

São vários os factores que contribuem para a inversão de ciclo no que toca ao financiamento da habitação. As perspectivas de recuperação da economia portuguesa, aliadas ao aumento da confiança dos consumidores, permitem olhar com algum optimismo quanto à recuperação do imobiliário em 2014. Já do lado da banca a relativa normalização das suas condições de financiamento, as "limpezas" dos balanços feitas nos últimos anos e a diminuição das novas entradas em incumprimento permitem-lhes começar a flexibilizar os critérios de concessão de crédito. As próprias imobiliárias já se apercebem dessa flexibilização nas operações que realizam. Em entrevistas recentes ao Diário económico, os responsáveis em Portugal das imobiliárias, confirmaram isso mesmo.

Sinais de normalização
Mas os sinais de normalização do mercado não se esgotam nos "spreads". O banco BIC, que lançou recentemente uma forte campanha de crédito à habitação, voltou a financiar até 90% do valor da avaliação. Além disso, oferece condições atractivas também para o financiamento de impostos, despesas de escritura, obras e até electrodomésticos. De recordar que, há cerca de dois anos, todo o mercado corrigiu os rácios de financiamento para um máximo de 80% do valor do imóvel, como forma de limitar o risco e os montantes de concessão de crédito. E, tal como o BES que no final de Março apostou numa campanha para quem quer trocar casa, também o BIC aposta em várias frentes: além da aquisição e troca de casa, oferece soluções para arrendamento e até crédito sénior, para clientes com mais de 50 anos.

Em Abril, tanto a CGD como o Crédito Agrícola, baixaram "spreads" mínimos e máximos, enquanto o BES reviu apenas o limite máximo. Já o Popular - que em Dezembro já havia revisto o custo mínimo de financiamento de 3,5% para 2,75% - voltou agora a baixar para 2,25%, o mais baixo actualmente no mercado. Desde o final de 2013, também o BCP e o Santander Totta já reviram "spreads", o que significa que metade do mercado já começou a corrigir. Entre as cinco maiores instituições, apenas o BPI não fez ainda alterações ao seu preçário. No entanto, no caso do BPI, a banda de "spreads" em vigor já era das mais baixas praticadas pelo sistema financeiro nacional.

E embora os últimos dados relativos às taxas de juro médias nos novos contratos à habitação pareceram contraditórias com esta tendência, o mercado tem uma explicação plausível. Segundo as imobiliárias, as taxas de juro médias estão a aumentar porque os bancos começam a financiar imóveis fora do seu próprio balanço, para os quais cobram um "spread" superior.
Fonte: Económico

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